RESENHA CRTICA: Hipcrates (Hippocrate)

O filme no notvel e s pode interessar profissionais da profisso

11/11/2015 06:55 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Hipócrates (Hippocrate)

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

Hipócrates (Hippocrate)

França, 14. 102 min. Direção de Thomas Lilt. Roteiro de Pierre Choson e Baya Kasmi, e mais Julien e Thomas Lilt. Com Jacques Gamblin, Vincent LaCoste, Reda Kateb, Marianne Denicourt, Felix Moati, Carole Franck.

Sem dúvida o estado lastimável da Saúde pública em nosso país daria um filme formidável, que provavelmente não poderia ser feito por que não conseguiria financiamento para isso. E temos que nos contentar com esta comédia-dramática francesa (que alguém descreveu como Hipócrita! Claro que o certo é uma referencia ao famoso médico grego da época de Péricles, considerado por muitos o pai da Medicina. Por causa disso os médicos formados normalmente são obrigados a fazer o juramento de Hipócrates!).

O filme teve boa recepção na França, onde deu o César de melhor ator coadjuvante para Red Kateb, que faz o papel marcante de Abdel, foi indicado ainda como ator, Lacoste, atriz coadjuvante Marianne, roteiro original, montagem, diretor e filme. Na verdade, o elenco é pouco conhecido a não ser pelo veterano e nada competente Gamblin, que faz o pai do herói Benjamin (Lacoste), que é recrutado para fazer estágio num grande hospital parisiense (mas o pai pouca atenção lhe dá) e a figura mais forte que ele encontra é justamente Abdel, um médico argelino (o ator também é filho de argelino) que tem que fazer provas para poder exercitar a profissão na França. Começa com certo humor e na segunda parte é que finalmente se torna mais dramático e social. É segundo trabalho do diretor Lilt (que fez antes Les Yeux Bandés,07).

O problema de Benjamin é que não pode errar e aos poucos vai perdendo a confiança em si mesmo (mas não espere um novo Dr. House, embora o seriado apareça rapidamente numa TV. Talvez esteja mais próximo é daquelas comedias inglesas com Dirk Bogarde nos anos 50-60 fazendo médico!). De qualquer forma, a situação é sintomática, o rapaz esquece de fazer eletrocardiograma num paciente com dores abdominais e que no dia seguinte aparece morto! Embora mantenha uma narrativa bem realista, aos poucos vão surgindo os problemas, o choque do primeiro cadáver, as pequenas mentiras para não tirar as esperanças dos pacientes, o problema dos pacientes terminais, a falta de recursos no hospital, que no fim acaba sendo um negócio como qualquer outro. Aliás parece lógico que o filme seja autobiográfico já que o diretor é médico formado e que também exerceu a profissão.De qualquer forma erraram na escalação do protagonista Lacoste (que já esteve em Les Beaux Gosses, 09 e em Asterix e Obelix, a Serviço de sua Majestade, 12 e no recente Diário de uma Camareira). Mas não tem empatia nem presença, é um erro que não ajuda o filme. 

Embora tenha sido exibido em Cannes, não é notável, e só pode interessar profissionais da profissão.

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

Linha
Todas as mterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantm voc conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar voc pode compartilhar suas preferncias, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se j!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro