RESENHA CRTICA: Desajustados (Fusi/Virgin Mountain)
Esta a histria simples, humana e simptica que parece estar conquistando um pblico mais adulto e exigente
Desajustados (Fusi/Virgin Mountain)
Islândia, Dinamarca, 2015. 94 min. Direção e roteiro de Dagur Kan. Com Gunnar Jonsson, Limur Kristjansdoffir, Margret Helga Johnnsdoffir, Amar Jonsson.
Não ha surpresa na história, já contada em variantes por Hollywood e outros países europeus mas mesmo sim há algo de encantador nesta coprodução de países nórdicos e gelados, sobre um homem de 43 anos, gordo e plácido, colecionador de brinquedos (sobre a Segunda Guerra Mundial) que vive ainda com sua mãe (e tem um choque ao vê-la fazendo sexo com um desconhecido afável que não quer nada de compromisso). Esse é justamente Fusi, o protagonista anti herói deste filme que ganhou prêmios no Festival de Cairo (parece que Coppola era o presidente do júri que ficou entusiasmado). Três prêmios no Festival Tribecca em Nova York (filme narrativo, ator e roteiro), ator em Valladolid.
O fato é que Fusi era solitário mas despreocupado (não reagia nem quando os colegas praticavam o bulling com ele) até quando surge mais ou menos ao mesmo tempo uma garotinha que mora no vizinho (e que é das poucas que conversa com ele, mesmo que o pai dela acuse o herói de tentar se aproveitar sexualmente dela!) e principalmente uma mulher feia chamada Alma, que conhece numa aula de dança de salão à la country americano. Tenta paquerá-la mas esta é sujeita a depressões e ele passa a ser a pessoa forte que tenta cuidar dela.
Esta é a história simples, humana e simpática que parece estar conquistando um público mais adulto e exigente. Não gosto só do titulo nacional do filme (até porque lembra outro Desajustados, o de Marilyn, esse com o artigo na frente).
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.