RESENHA CRTICA: O Funcionrio do Ms (Quo Vado)

Sem filosofadas, procure assistir o filme que dos mais engraados que vi nos ltimos tempos

24/08/2016 15:24 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: O Funcionário do Mês (Quo Vado)

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O Funcionário do Mês (Quo Vado)

Itália,16. 86 min. Direção de Gennaro Nunziante. Com Checco Zalone, Eleonora Giovanardi, Sonia Bergamasco, Maurizio Michele, Lino Banfi, Ludovica Modugno, Antonino Bruschetta.

Pena que só fui descobrir este filme italiano formidável as vésperas de estrear justamente um festival de cinema italiano que não poderei ver (porque estarei no Festival de Gramado onde sou curador) e é muito promissor. Pior ainda é que arrisca de sair de cartaz esta comédia extremamente divertida e que estava começando a criar seu boca a boca, graças a uma distribuidora corajosa em trazê-la para o Brasil, apesar de seu elenco e diretor totalmente desconhecidos por aqui.

Isso, porém não impede que se faça um esforço para descobrir esta sátira muito italiana, uma farsa curta e rápida e muitíssimo engraçada. O IMDB mostra que o ator Checco (um careca careteiro que criou um tipo muito particular) já estrelou e coescreveu vários filmes antes (Che Bella Giornata, 11, Cado dalle Nubi!, 09, Sole a Catinelle, 13, Tiramisu, 16) e sempre com o mesmo diretor Gennaro Nunziante. Segundo a promoção teria sido a maior bilheteria do ano na Itália e dá para entender porque. Embora haja algumas citações que nos escapa (inclusive num Festival de San Remo, afinal são anos que o cinema italiano não é exibido regularmente por aqui como sucedia nos anos 50-60-70!) a brincadeira e o deboche não ofensivo é muito divertida, já que existe e sempre existiu uma semelhança entre os caos e corrupção italiana com a brasileira.

Esta seria a história de um funcionário público que acha uma honra servir ao governo com todas as leis e facilidades que acha que tem direito. Os presentes são abertos e fazem parte da profissão, assim como todos os benefícios (basicamente a situação é essa, quanto mais tempo de funcionário, mais direitos tem!). No caso do herói, também chamado Checco o caso é mais grave porque há um ministro que paga para que os funcionários larguem o emprego com um bônus mas este se recusa e vai levando uma Doutora Sironi quase a loucura quando ele continua fiel a sua tradição. Ela o manda para o Polo Norte, mas isso não adianta porque se apaixona por uma pesquisadora e adota os três filhos multirraciais dela e acabam indo morar na frigida e noturna Noruega!

E assim vai o filme com piadas rápidas, oportunas e raramente falha o alvo. Nada a ver com o tipo de humor que infelizmente o cinema brasileiro tem repetido a exaustão por vezes apelativa. Seria boa sugestão que nossos diretores dessem uma olhada e também em outros exemplares italianos (até porque afinal das contas a pornô chanchada nacional nasceu da influencia da antiga comedia italiana com Lando Buzzanca que hoje ninguém sabe mais que era, ou é porque ainda está vivo!). Enfim. Sem filosofadas, procure assistir o filme que é dos mais engraçados que vi nos últimos tempos.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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