RESENHA CRTICA: Paris 8 (Mes Provinciales ou A Paris Education)
enormemente longo e em preto e branco (eu particularmente gosto, mas sou de uma poca aonde era chique fazer filmes assim! Os jovens hoje odeiam)
Paris 8 (Mes Provinciales ou A Paris Education)
2018. 2h17min. Direção e roteiro de Jean-Paul Civeyrac. Com Andranic Manet, Dianne Rouxel, Jenna Thiam, Corentin Fila, Nicholas Bouchaud, Sophie Verbeeck. Preto e branco.
Elenco e diretor desconhecidos orçamento mínimo de 600 libras, ausência de premiações, mal recebido pelo público brasileiro, tudo isso conspira para você evitar este novo (mais um) filme francês e o menos popular de tudo, é enormemente longo e em preto e branco (eu particularmente gosto, mas sou de uma época aonde era chique fazer filmes assim! Os jovens hoje odeiam). Ainda esta interessado em vê-lo? O filme foi exibido no Festival de Berlim deste ano, embora outra coisa que não entendo é como os franceses, homens e mulheres e variantes, que são gente bonita, fotogênica, atraente... Por que não chamam para fazer cinema novas Brigittes, Delon ou mesmo Belmondos, em vez de se fixar nos menos atraentes? Outro detalhe que ia escapando o diretor do filme não é um novato como poderia parecer, mas um veterano de hoje 53 anos e que fez também 19 créditos entre curtas e longas (entre eles, todos desconhecidos aqui. Mon Amie Victoria, 14, Des Filles em Noirt, 14, A Travers Le Forêt, 05, Toutes ces belles Promesses, 03, Fantômes, 01, Les Solitaires, 2000 etc.).
É a historia de um jovem do interior, que chega a Paris para estudar cinema. Por isso há vários momentos onde se discutem filmes, livres e a infelicidade de viver. Ou seja, é outro filme sobre jovens intelectuais, que passam os dias fumando, tomando café e discutindo arte e política. Entra em cena a Andranic que vem de Lyon para estudar cinema na Universitá Paris 8 que fica localizada no subúrbio Seine-Saint -Denis. E fica entre dois colegas, Jean Noel o mais simpático e o sedutor Mathias (Corentin) criando-se o triângulo amoroso. Preciso entrar mais em detalhes? É evidente que se você sonha em se mudar para Paris e criar uma nova e mais moderna Vague (Onda) e for louco por cinefilia, há muito que se divertir com um projeto desses. Na verdade, eu até respeito esse tipo de cinema e de sonho com o cinema. Mas acho que não dá para recomendar para qualquer outro descrente dos sonhos de 50 anos atrás.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.