RESENHA CRTICA: Ardor (El Ardor)
Pobres atores que no souberam ler o roteiro e caram nesta cilada
Ardor (El Ardor)
Argentina/Brasil, 2014. Direção de Pedro Fendrik. Com Gael Garcia Bernal, Alice Braga, Chico Diaz, Jorge Sesan, Claudio Tolcachir, Julian Tello, Lautaro Vilo. Co produção de Vania Catania. Figurinos de Kika Lopes.
Estreou as escondidas e sem maior promoção, esta coprodução entre Brasil e Argentina. Quase ninguém viu ou verá, apesar da presença da brasileira e talentosa Alice Braga (atualmente estrela de série de TV americana) e do mexicano Gael Garcia Bernal e o sempre confiável Chico Diaz (latino radicado no Brasil há muitos anos). Melhor assim. Não se abale como eu em perder tempo com este pseudo faroeste com pinta de Shane (Os Brutos também Amam) já que o protagonista é uma figura misteriosa que sai das águas, fuma charuto de ervas que não são nomeadas e age misteriosamente e assim desaparece. Parece que o diretor teve certo sucesso com filmes de temática semelhança (La Sangue Brota, O Assaltante) que até lhe rendeu prêmios mas observando este drama infeliz só nos resta lamentar a presença dos atores, que garbosos fazem o possível com uma não historia, sobre não personagens e que não podia ser mais lastimável.
A ação se passa num matagal a beira de um rio, onde que bandidos (sicários se preferem), ou assassinos que são três, chegam ao lugar aparentemente enviados por alguém não bem identificado para tomar conta do sitio matando o dono e sequestrando a filha (Alice). Enquanto isso surge das água Bernal e seu jeito de anti herói, pequeno e modesto, que vai lutar contra os bandidos, como se fosse um samurai dos pobres.
Tudo é muito frágil e medíocre, por vezes irritante e indesculpável. Pobres atores que não souberam ler o roteiro e caíram nesta cilada.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.