RESENHA CRTICA: Negao (Denial)
Um assunto explosivo acabou resultando num filme moderado, com um roteiro mal desenvolvido
Negação (Denial)
Inglaterra, 16. 1 hora e 49 min. Direção de Mick Jackson. Com Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott, Caren Pistorious, Jack Louden, Will Attenborough.
Havia uma certa expectativa em torno deste drama britânico que traz de volta o diretor Jackson (que não fazia nada desde o telefilme Temple Grandin, 10) e que aborda um fato real e um assunto muito polêmico: a persistência de certa parte dos intelectuais que insistem em negar a existência do Holocausto do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, pelas mãos dos Nazistas. O que poderia ser um assunto explosivo acabou resultando num filme moderado, com um roteiro mal desenvolvido e que no máximo teve uma indicação ao BAFTA, o Oscar britânico. Não há nem mesmo grandes interpretações apesar da presença de Rachel Weisz (de família judia) que está com uma aparência mais fotogênica, cabelos mais curtos e claros, e certa desenvoltura. Ao contrário do consagrado ator britânico Timothy Spall, que faz seu oponente, apático e perdido. Falta sangue, coração, desenvoltura e mesmo indignação. Provável culpa do dramaturgo David Hare (que erra muito e já fez muitos textos rarefeitos) que adaptou o livro History on Trial: My Day on Court with a Holocaust Denier de Deborah Lipstadt.
No caso seu opositor é um certo David Irving que a acusa quando ela o acusa de negar o holocausto. Pelo sistema inglês, seria um caso de difamação e o acusado que tem que provar a negação do fato. Ou seja, que o caso realmente ocorreu! Não escapa da mediocridade o atual vilão favorito da teve britânica, que é Andrew Scott, que faz Moriarty na série Sherlock e que some em meio a mediocridade.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.