RESENHA CRTICA: A Cura (Cure for Wellness)
Embora o visual e a direo de arte tenham suas qualidades, tudo destrudo por uma resoluo fraca e boba
A Cura (Cure for Wellness)
EUA, 16. 2 horas e 26 min. Direção de Gore Verbinski. Com Dane DeHaan, Jason Isaacs, Mia Goth, Ivo Nandi, Adrian Schiller, Celia Imre.
De vez em quando surgem estes disparates gerados em geral por diretores angustiados com sua carreira, querendo optar por projetos mais pessoais e ousados e fazendo valer que tem realmente talento e esquecendo o último fracasso (no caso o impressionantemente desastroso Zorro, o Cavaleiro Solitário, 13, que custou 215 milhões e rendeu 89!). Embora o diretor Verbinski tivesse já feito sucessos como a animação Rango, 3 Piratas do Caribe, a besteira O Sol de Cada Manhã com Nicolas Cage e o terror A Chamada. Agora porque foi realizar este novo fracasso que já saiu do circuito principal aqui no Brasil é um mistério. Talvez porque o lembrasse de Fellini ou então de Paolo Sorrentino. Embora situe a história não na Suíça como menciona mas num velho hospital alemão onde até Hitler teria sido tratado como soldado de guerra.
Preferindo escolher um elenco quase desconhecido e inferior, ele tenta contar a história de jovem executivo que é mandado para trazer de volta o chefão (CEO) de sua companhia que vive nesse refúgio de saúde num lugar remoto dos Alpes Suíços. Chegando lá logicamente descobre que há mistérios não revelados e quando tenta descobrir do que se tratam parece estar ficando louco como os outros clientes que parecem fascinados para conseguir a falada cura!
Embora o visual e a direção de arte tenham suas qualidades, é tudo destruído por uma resolução fraca e boba, que cai em clichês de outros filmes europeus do gênero. Gore está agora fazendo outro filme apenas como produtor, Dog Years, de Adam Rifkin. Não parece nada promissor!
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.