A Cura
Lockart (Dane DeHaan) é um ambicioso operador do mercado financeiro enviado para um sanatório nos Alpes Suíços com o objetivo de buscar o CEO da empresa, que está internado para um tratamento com águas milagrosas. O jovem acaba aprisionado nesse sinistro spa, que guarda velhos segredos, envolvendo-se numa trama diabólica
A Cura (A cure for wellness). EUA/Alemanha, 2016, 146 min. Suspense/Horror. Colorido. Dirigido por Gore Verbinski. Distribuição: 20th Century Fox
De Gore Verbinski, o aclamado diretor de filmes originais e bem inusitados como o terror “O chamado” (2002), o drama de humor negro “O sol de cada manhã” (2005), a animação ganhadora do Oscar “Rango” (2011) e das três primeiras partes da aventura de sucesso “Piratas do Caribe” (2003, 2006 e 2007), eis que chega em DVD pela 20th Century Fox mais um trabalho curioso do cineasta, instigante, complexo e com reviravoltas macabras. Uma fita diferenciada do gênero horror com suspense e um fundo de ficção científica, que dividiu a opinião do público e certamente da crítica; eu vi no cinema, em fevereiro de 2017, revi em DVD poucos meses atrás e continuo aprovando-o, mas reclamo da metragem, longa demais, de 2h26, e do desfecho previsível, que poderia ser bem superior. Mas não há como negar a aparência dele como um todo, a técnica, a qualidade visual do filme: tem clima de fitas antigas de terror inglês da Hammer, lugares exóticos que dão um medo danado (como o cenário central, o rústico sanatório isolado nas altas montanhas da Suíça, cercado por águas, com passagens secretas entre adutoras e cavernas, alinhado com uma fotografa excepcional, em tons pastéis, e o toque de fantasia, com abertura ao sobrenatural).
A trama inteira ocorre no sanatório, na verdade um spa, onde um jovem é enviado para localizar o chefão da empresa onde trabalha. Internado sem contato nenhum com o mundo exterior, o senhor faz hidroterapia com águas consideradas milagrosas, a tal “cura para o bem-estar” (título original do filme), porém nada é o que aparenta... Aos poucos o protagonista (o bom ator Dane DeHaan, de “Valerian e a cidade dos Mil Planetas”) cai em armadilhas perigosas a partir de um plano perverso, que remonta o passado de 200 anos daquele estranho local.
Assista com a máxima atenção, a cada minuto se dá um acontecimento instigante, personagens novos entram em cena (tem a participação especial de Jason Isaacs), o que reestrutura a história de medo, obsessão e loucura.
Escrito pelo próprio Gore Verbinski com o roteirista Justin Haythe, indicado ao Oscar por “Foi apenas um sonho” (2008), o filme saiu em DVD pela Fox este ano, com extras como músicas de meditação utilizadas na trilha sonora, cenas excluídas e trailers.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com