RESENHA CRTICA: O Jantar (The Dinner)
O que poderia ser um drama inteligente, feito por italianos que adoram esse assunto, resulta numa decepo
O Jantar (The Dinner)
EUA, 17. 2hs. Direção de Oren Moverman. Roteiro de Oren baseado em livro de Herman Koch. Com Richard Gere, Steve Coogan, Laura Linney, Rebecca Hall, Michael Lohman, Chloe Sevigny, Stephen Long.
Não confundir o nome com outros homônimos, inclusive um italiano excelente de Ettore Scola. Embora tenha sido exibido no mais recente Festival de Tribecca tem um roteiro ruim, com Richard Gere num papel secundário que ajuda a confundir e aborrecer numa história mal ajambrada e definitivamente descartável. Em Nova York, num restaurante de classe, um ex-professor de História e sua mulher Claire (a charmosa Rebecca Hall, filha do diretor Peter Hall e descoberta por Woody Allen, em Vicky Christina Barcelona). O plano é discutir durante o jantar como ele vão administrar um caso grave, cometido por seus filhos adolescentes. Esse fato foi gravado por uma câmera de segurança e mostrado na TV, mas eles ainda não foram identificados. O que poderia ser um drama inteligente, feito por italianos que adoram esse assunto, resulta numa decepção. Tudo dirigido pelo judeu de Israel, Iran Moverman (O Mensageiro, 09, Um Tira Acima da Lei, 11, ambos esses estrelados por Woody Harrelson e Ben Foster, e também o depressivo O Encontro, Time Out of Mind, com Richard Gere). Todos melhores que este atual.
Curiosamente o autor do livro também odiou o resultado que teria transformado uma história cínica numa moralista, facilmente o pior de tudo que foi adaptado de obras suas. Também reclamou do filme usar o estigma da doença mental e a violência a moda americana. Curiosamente este mesmo filme já havia sido tido duas adaptações anteriores, uma delas holandesa de 2013, outra na Itália em 14, de Ivano de Matteo com Alessandro Gassman Giovanna Mezzogiorno, Luigi LoCasco (por acaso eu vi essa versão que era muito mais complexa e motivada).
Mesmo com a presença de uma de minhas favoritas, a bela e sempre premiada Laura Linney, esta decepção é melhor ser ignorada.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.