Atmica
Nos anos finais da Guerra Fria, a sedutora Lorraine Broughton (Charlize Theron), agente do MI6, o Servio de Inteligncia Britnico, enviada a Berlim para recuperar um importante dossi. Em meio a uma cidade tomada pela instabilidade poltica e pela violncia, frente a frente com perigosos assassinos profissionais, ela ter de usar suas habilidades de espi para manter a integridade e cumprir com o maior objetivo de sua carreira.
Atômica (Atomic blonde). EUA/Suécia/Alemanha, 2017, 115 min. Ação. Dirigido por David Leitch.
Prepare o fôlego para um dos thrillers mais eletrizantes do ano passado, “Atomic blonde”, ou apenas “Atômica”! O título diz tudo e faz jus ao filme, que mistura surpreendentes sequências de ação estilizadas, muita violência gráfica e narrativa feroz, encabeçado pela lindíssima e premiada atriz Charlize Theron. Ela é a loira fatal da história, uma espiã sexy, de olhar penetrante, que mais parece uma máquina de matar.
O início já provoca curiosidade e tensão, em um interrogatório, onde Charlize, como Lorraine Broughton, aparece machucada, relatando sobre sua última missão, que quase lhe custou a vida. Enviada para Berlim num período de instabilidade política (a queda do Muro de Berlim e a sucessiva derrocada da Guerra Fria), para capturar uma lista de agentes duplos, acabou nas mãos de traidores disfarçados de bons homens e de criminosos sanguinários, especialistas em tortura e assassinatos sem deixar rastros. O círculo aos poucos se fecha para ela, numa cidade cinzenta, fria e altamente caótica, onde qualquer piscar de olhos poderá ser mortal.
Preste atenção na trama, caprichada, que pode soar confusa devido aos mínimos detalhes, reviravoltas inacreditáveis e a grande quantidade de personagens paralelos (destaque para dois excelentes coadjuvantes, um agente duvidoso, feito por James McAvoy, e um espião que sabe demais, Eddie Marsan, e até uma ponta da grande atriz alemã Barbara Sukowa). Você irá vibrar com as cores alucinantes, elementos primordiais para a originalidade deste filme, construído com luzes neon, que dá um aspecto vintage, além da trilha sonora pop dos anos 80, formidável e uma delícia à parte (tem “Cat people”, de David Bowie, “London calling”, de The Clash e outras nostálgicas como “Blue Monday”, “99 luftballons” e “Major Tom”).
Para escrever a ideia, o roteirista Kurt Johnstad, de “300” (2006) baseou-se na graphic novel “The coldest city” (de Antony Johnston e Sam Hart, que acaba de sair no Brasil pela editora Darkside Books), procurando equilíbrio para manter o produto original – parece que deu certo, porém a diferença envolve justamente os quadrinhos, em preto-e-branco, aqui realçados com a fotografia de infinita paleta de tons bárbaros e discrepantes. Aliou sua visão à do diretor David Leitch, em sua estreia em longa-metragem. Escolha certa, pela jovialidade e a ampla experiência em fitas de ação – foi dublê e coordenou cenas de ação de astros de luta, como Van Damme, e filmes de muita energia, como “O ultimato Bourne” (2007) e “De volta ao jogo” (2014).
Rodado em três locais estratégicos de grande beleza natural, Hungria, Alemanha e Reino Unido, custou pouco (U$ 30 milhões) rendendo apenas U$ 60 milhões, ou seja, não teve a recepção esperada nas salas de cinema.
Se você perdeu quando em cartaz, assista agora em DVD ou Bluray, recém-lançado. Aproveite para assistir aos extras que acompanham o disco, para saber mais da produção e da história. Filmão vigoroso, turbinado à quinta potência com o melhor da adrenalina cinematográfica!
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na rea de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semitica e Histria da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso tcnico de Arte Dramtica no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantm as colunas Filme & Arte, na rede "Dirio da Regio", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatrio da Imprensa e para o informativo eletrnico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canad). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rdio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notcia da Manh. Ex-comentarista de cinema nas rdios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como jri em festivais de cinema de todo o pas. Contato: felipebb85@hotmail.com