RESENHA CRTICA: A Livraria (The Bookshop)

O filme sofre de um ritmo lento demais, tudo muito previsvel e as aes e conflitos no tem maior impacto ou merecem maior emoo

24/05/2018 23:19 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: A Livraria (The Bookshop)

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A Livraria (The Bookshop)

Espanha, Inglaterra, 17. 1h53min. Direção e roteiro de Isabel Coixet baseada em livro de Penelope Fitzgerald. Com Emily Mortimer,Patricia Clarkson, Bill Nighy, James Lance, Hunter Tremayne, Honor Kneafsey, Frances Barber, Reg Wilson.

Este é um caso muito curioso que também refletiu por aqui. A diretora e roteirista de Barcelona, Isabel (que eu conheci alguns anos atrás quando começava carreira internacional e me pareceu talentosa e bem humorada), que tem tido uma carreira interessante (entre eles, os mais interessantes passaram que aqui : Confissões de um Apaixonado, 96, Minha Vida sem Mim, 03, A Vida Secreta das Palavras, 05), mas aqui acabou premiada pelos críticos da Espanha como melhor filme e diretor, mais roteiro, fotografia e ator Nighy, o prêmio Gaudi foi mais discreto, valendo só os de trilha musical e direção. Falta ainda o Goya, que lhe deu melhor filme, direção e roteiro. Não deixa de ser estranho porque este é um trabalho que nada tem de espanhol, é profundamente britânico, tanto nos atores, como na paisagem e situações. O único que teria de internacional é porque já atualmente há uma crise com as livrarias (nos EUA há pouco tem se fechado grande parte das editoras e lojas, sendo que o hábito de ler está em franca decadência. O que eu pessoalmente acho um triste sinal de tempos em que vivemos e da atual geração!). Também da situação do cinema na Espanha, que tinha ouvido falar que estaria em crise, mas nem tanto...

Enfim, é um mercado comum e supomos que esse preconceito seja tolo. Alás, o que fica discreto no filme, onde pessoas supostamente ricas e inteligentes, ficam contra a existência de uma livraria numa pequena cidade litorânea. A história se passa em 1959, e fala de Florence Green (a inglesa Emily Mortimer, discreta e que fez muitos papeis em comédias americanas), que é uma viúva que para se sentir melhor, sonha em abrir uma livraria numa cidadezinha chamada Hardborough. Um lugar de tempo instável, frio, com uma população pequena e apática, obviamente parece que é um sonho que está fadado a não acontecer. Ela faz o possível chegando a trazer livros polêmicos como Lolita, do Nabokov e Fahrenheit 451 (que teve agora nova versão para a HBO) e provoca uma ligeira mudança nos costumes. Na verdade o filme sofre de um ritmo lento demais, tudo muito previsível e as ações e conflitos não tem maior impacto ou merecem maior emoção. Nem mesmo quando os inimigos se refletem e partem para destruir o projeto. Da garra que os espanhóis geralmente têm, não restou traço algum. Sobrou este filme plácido e até delicado, não merecia tanta atenção internacional.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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