RESENHA: Yves Saint Laurrent
RESENHA: Yves Saint Laurrent
Yves Saint Laurent (2014)
É muito curioso que pouco tempo depois do documentário sobre o mesmo personagem e tema (que se chamou de L´Amour Fou, 2012) já temos um filme com atores percorrendo o mesmo caminho e enfocando o mesmo grupo de interesse. Porque é bom logo definir que esta é uma biografia bem feita, muito bem interpretada, mas com endereço certo: é preciso que você se interesse pelo assunto, por moda, por História da Moda, por design, por fofocas e uma saborosa mas até bem comportada história de amor gay. Com dois atores excepcionais, um deles foi descoberto agora no Festival Varilux com um filme que esta também em pré estreias, o magnífico Guillaume Galliene, da Comédia Française e que esta sensacional no filme Eu Mamãe e os Meninos. Aqui ele faz o papel de Pierre Bergé.
Houve gente que disse que o filme é tão entediante quanto ver um desfile de modas e mais curioso ainda é que vem mais um filme sobre o mesmo tema, previsto ainda para 2014 na França, dirigido por Bertrand Bonello e que espera-se traga novidades mais picantes. Também falam mal do diretor deste, Jalil Lespert, que teria feito antes dois filmes muito desapontadores que não passaram aqui (24 Mesures e Des Vents Contraires) e lembram que houve outros filmes recentes sobre figuras ou artistas que trabalhavam com isso e que eram bem interessantes, como o sobre Gainsbourg e o Coco Chanel e Igor Stravinsky. O realizador é incapaz de colocar tudo em seu contexto histórico (e da moda) se fixando mais mesmo no romance bem sucedido do Improvável casal. A ascensão de Saint Laurent é mostrada de maneira banal e previsível. Não se pode reclamar porém do trabalho dos atores, também o Pierre Niney (20 anos Mais Jovem, Românticos Anônimos) que a crítica achou que era um caso de mimetismo, de tal maneira ficou parecido com o figurinista).
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.