RESENHA CRTICA: Marcas da gua (Watermark)
Documentrio premiado que provocou sensao ao apresentar seu tema (a gua no mundo todo e como o homem depende dela)
Marcas da Água (Watermark)
Canadá, 2013. 92 min, Direção de Jennifer Baichwal e Edward Burtynsky
Documentário premiado pelo Sindicato dos Diretores do Canadá (premio excelência), pelo Genie (melhor documentário) e melhor documentário pelos críticos de cinema de Toronto. Apresentado na Sessão não competitiva da Berninale do Festival de Berlim provocou sensação ao apresentar seu tema (a água no mundo todo e como o homem depende dela). Sem uso de narração, apenas alguns depoimentos e legendas de identificação, rodou nos EUA (onde as imagens do rio Colorado sem água quando chega a seu Delta é uma chocante surpresa), na Índia, na China e Texas e Califórnia.
Não é um panfleto, nem faz discursos, apenas mostra a situação já mais de dois anos atrás, de fabricas poluindo águas, de terrenos resultando mais num ensaio visual (porque mesmo a destruição pode fotografar bonito) cujo tema na verdade é como a humanidade e a água coexistem. Às vezes com resultados desastrosos. Sem dúvida o fato de estarmos passando por aqui em todo o Brasil por uma crise grave pelo menos abriu os olhos para o que pensavam que vivamos no melhor dos mundo. Está ruim e ficará pior.
Começando com imagens que retratam o poderio e a força das águas numa usina chinesa, o filme apresenta tudo com placidez, sem chocar. Recomendo o artigo que Isabela Boscov escreveu para Veja, onde esmiúça às vezes detalhes que passam meio batido no filme (como a água que vai para Los Angeles, um Aqueoduto que secou o Lago Owens e o transformou num criador de poeira, provocando tempestades terríveis e hoje tem que ser eternamente molhado por águas correntes para evitar seus vendavais). Na verdade, acho que o artigo é um companheiro indispensável para quem ver o belo filme, explicando e dissecando detalhes.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.