Ted 2

Desastrosa continuacao do sucesso do primeiro Ted. Nao percam tempo.

27/08/2015 15:03 Por Rubens Ewald Filho
Ted 2

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Ted 2 (Idem)

EUA, 2015. 115 min. Direção de Seth McFarlane. Com Mark Wahlberg, a voz de Seth, Amanda Seyfried, Giovanni Ribisi, Morgan Freeman, Sam J. Jones, John Carroll Lynch, Liam Neeson, Patrick Stewart (narrador), Dennis Haysbert, Tom Brady, John Leno, Jimmy Kimmel.

Prepara-se por que começou a temporada dos filmes que fracassaram no circuito americano e chegam aqui já de crista baixa, na esperança de capturarem os dólares perdidos. Essa safra anual de perdedores prossegue agora com esta desastrosa continuação do sucesso do primeiro Ted (no meio teve também a presença do criador, dublador e diretor Seth McFarlane que foi um desastre como apresentador da Festa do Oscar e como diretor de um faroeste pseudo- cômico chamado Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola). O primeiro Ted foi um enorme sucesso , para orçamento de 50 milhões rendeu 218 milhões nos EUA e mais 330 milhões no exterior). Mas não gostaram desta continuação que não rendeu mais de 81 milhões nos EUA (o orçamento subiu para 68 milhões já que em continuação todos ganham mais!) e 92 no exterior. Sorte que a Universal este ano estourou com outros filmes que irá equilibrar esta perda.  

Estranho como o que parecia ser divertido no primeiro filme se perde aqui diante de maior dose de grosseria/baixaria. (Mila Kunis, heroína do primeiro não pode estar presente porque estava grávida de seu companheiro Ashton Kutcher). Ted normalmente é o apelido de ursinhos e neste caso é o nome de um urso falador e pornográfico, que vive feliz num mundo de baixaria com o seu dono Mark Wahlberg, o homem de uma cara só! Esta continuação já começa quando Ted esta para se casar com sua noiva, que é uma bela loira (o padre é feito pelo ex-Flash Gordon!). Já corta para a festa de casamento onde esbarram num casal gay que é mostrado com total falta de respeito (se fosse engraçado, tudo estaria perdoado). Segue outro momento de baixaria, quando tem flash back da festa de solteiro onde todos assistem casal de ursos transando!!! O amigo John (Mark) esta deprimido apesar de ter se divorciado há seis meses.

Como o diretor gosta de musicais à moda antiga, Ted começa a dançar no salão e entram os letreiros que são em cima de uma extravaganza saudando os filmes antigos, com Stepping out With My Baby, de Irving Berlin, em uma grande bolo à moda de Ziegfeld, com Ted dando uma de Fred Astaire. Nada brilhante, mas certamente o único momento decente do filme. Já vamos direto para o casal em seu apartamento brigando feio e Ted indo beber no bar (e Jay Leno topou fazer uma piadinha de mau gosto provando que americano é capaz de aceitar qualquer coisa). Ted trabalha de caixa num super mercado (e atende Liam Neeson), para salvar o casamento eles resolvem então ter um bebe!

Segue-se uma citação homenageando a série de TV Law & Order e começam os problemas para engravidar, já que o urso não tem o básico para isso e agora um doador de esperma (Ted também descobre que Mark esta viciado em pornografia da pesada!). Quando Flash Gordon não dá certo eles vão masturbar o Tom Brady, justamente o marido de Gisele Bundchen! Não dá certo e partem para o obvio, usando John (e o auge do filme é ele caindo e levando um banho de esperma rejeitado!). Será que preciso ir adiante? Ah, falta registrar que a noiva não pode engravidar e para complicar Ted não é uma pessoa, ao menos diante dos olhos do Estado. E então, o casal passa a ser perseguido pelo governo e ...

Bom, tudo vai piorando, ficando cada vez menos engraçado, mais complicado (Amanda Seyfried, faz a advogada que ajuda e se envolve com Mark e tem uma canção solo!), burro (há uma discussão sobre F. Scott Fitzgerald, onde eles acham que F. é porque é abreviatura de palavrão). Finalmente surge um vilão que quer transformar o urso em brinquedo de crianças... Se não fosse contra minhas crenças eu sairia do filme por aí, já que não posso fazer isso, ao menos posso interromper a critica. Não percam tempo.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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