Julieta (Idem)

Espanha, 2016. 1h39 min. Direção: Pedro Almodóvar.Com Emma Suarez, Adriana Ugarte, Rossy DePalma, Dario Grandinetti,Imna Cuesta, Michelle Jenner. Daniel Grao.

É muito triste se ver um filme fraco de Almodóvar, rejeitado pela critica em Cannes com toda razão (mas não tão precário e ruim quanto o anterior a chanchada Os Amantes Passageiros) Inspirado em contos de Alice Munro, que coroteirizou o filme junto com o diretor, chega mesmo a ter poucas características do cineasta, embora exponha uma suntuosa e exagerada trilha musical do habitual A. Iglesias (que faz lembrar o tipo de trilha da Hollywood dos anos 40, quase incessante e por vezes a única coisa interessante que vemos na tela). E o fato de que ele tenha preferido rodar o filme numa proporção de imagem curiosa, mais quadrada e quase sempre em grandes closes. Até a escolha do elenco não é das mais felizes. Por exemplo, o papel fundamental da filha só vemos de passagem, sem ter sido aprofundado ou sequer explicado (a moça que faz a filha também deixa a desejar). Para cometer o erro maior é terminar abruptamente deixando o espectador no ar.

Assumindo que sou grande admirador de toda sua obra, o filme é uma decepção triste, que se fixa numa mulher chamada obviamente Julieta Arcos (sem nada a ver com Romeu) que é interpretada pela famosa espanhola Emma Suarez (já madura, mas sem o brilho esperado), que vive em continua depressão desde que um encontro casual na rua com uma antiga amiga de sua filha, ai temos o longo flash back mostrando sua trajetória profissional e principalmente pessoal quando se apaixona por um pescador e vai morar numa cidadezinha a beira mar (a amiga do diretor Rossy de Palma faz a criada e o argentino Dario Grandinetti, de Relatos Selvagens e Fale com Ela faz um namorado). Mas o grande amor de sua vida é esse pescador, com quem vive bem até o dia em que este morto numa grande tempestade. A filha custa a saber porque está num acampamento e tem dificuldade a aceitar. Enfim, trata a mãe com condescendência e na primeira chance some de casa deixando a heroína ainda mais desconsolada. Até quando reencontra a amiga da filha que traz novidades. Mas quando vamos ter o desenlace, tudo termina. Parece que o diretor perdeu mesmo a mão frustrando os seus admiradores.