Aleksandr Nevsky
Na Rússia do século XIII, o príncipe Aleksandr Nevsky (Nikolay Cherkasov) organiza um exército popular para lutar contra os Cavaleiros Teutônicos, que pretendem invadir o território russo durante as Cruzadas.


Aleksandr Nevsky (Aleksandr Nevskiy). URSS, 1938, 103 min. Drama/Ação. Dirigido por Sergei M. Eisenstein. Distribuição: CPC Umes Filmes
Monumental aventura épico-filosófica soviética, dirigida pelo mestre da linguagem cinematográfica Sergei Eisenstein, que estruturou uma biografia audaciosa de Aleksandr I, da Novogórdia (1220-1263), líder militar da Rússia Medieval, traçando forte paralelo com o Nazismo, cujo partido se fortalecia na época do filme (1938). Com trilha retumbante de Serguey Prokofiev, que repetiu a dose com Eisenstein em “Ivan, o terrível” (1944-1945), o épico é dividido em dois blocos essenciais: no primeiro, dramático, sólido e de teor musical, conta-se o exílio de Nevsky, a invocação de seu nome pelo povo de Novgorod, como um salvador, e em seguida os acontecimentos que o levaram a estruturar o levante popular; no segundo, a demarcação da guerra, com gigantescas batalhas entre os russos e os alemães e agregados que compunham a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, organização militar da Igreja Católica.
Ímpar na linguagem construtivista, Eisenstein era mestre nas referências semióticas. Quando menciona os teutônicos faz alusão aos nazistas. A truculência nas ações dos cavaleiros, de invadir casas e matar pessoas nas ruas, mostradas no filme, seria a mesma praticada pelas hordas hitleristas, como a SS e a Gestapo, quando a Segunda Guerra estouraria um ano depois – reparem nas cenas chocantes de crianças queimadas vivas na fogueira! Uma obra cinematográfica até premonitória!
Falando em Construtivismo, Eisenstein recorre a recursos grandiosos de montagem, com destaque na segunda parte do filme, com enquadramentos, músicas rápidas e avanço das imagens.
Conhecido no Brasil com o título de “Cavaleiros de Ferro”, o filme foi restaurado pela Mosfilm em 2015 e chega com esta ótima cópia em DVD no Brasil pela CPC Umes Filmes. Surpreenda-se com a forma e o estilo do diretor Sergei Eisenstein, que revolucionou a linguagem do cinema.


Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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