A Garota no Trem
Abalada com o recente divórcio, Rachel é uma mulher solitária e deprimida, viciada em álcool. Todos os dias faz o mesmo trajeto de trem, de casa para o centro da cidade, onde trabalha, e sempre observa, pela janela do vagão, um casal aparentemente perfeito, morador de um bairro nobre. Até que um crime bárbaro colocará a vida de Rachel em risco.
A Garota no Trem (The girl on the train). EUA, 2016, 112 min. Suspense. Dirigido por Tate Taylor.
Abalada com o recente divórcio, Rachel (Emily Blunt) é uma mulher solitária e deprimida, viciada em álcool. Todos os dias faz o mesmo trajeto de trem, de casa para o centro da cidade, onde trabalha, e sempre observa, pela janela do vagão, um casal aparentemente perfeito, morador de um bairro nobre. Até que um crime bárbaro colocará a vida de Rachel em risco.
Por pouco Emily Blunt não recebeu indicação ao Oscar de melhor atriz pela soberba interpretação da alcoólatra e decandente Rachel nesse suspense desafiador classe A da Universal, coproduzido pela Dreamworks, baseado no best-seller mundial de Paula Hawkins. Infelizmente Emily ficou de fora da lista da Academia, porém foi nomeada ao Bafta e ao SAG, nas edições de 2017.
Formatado como thriller de mistério com reviravoltas e vendido com um final surpresa (mas bem previsível para os atenciosos na trama), “A garota no trem” interliga três mulheres da mesma cidade a um crime brutal. Numa ponta do quebra-cabeça está Rachel (Emily Blunt), alcoólatra, que viaja de trem, importuna o ex-marido pelo telefone, quer saber o que ele anda fazendo. Controladora, entra de cabeça num processo de autodestruição devido ao divórcio e por outros traumas do passado, anunciados no filme em flashbacks. Na outra ponta, Anna (Rebecca Ferguson, boa atriz, cada vez mais com fisionomia parecida com Ingrid Bergman), a atual esposa do ex de Rachel; e entre as duas, Megan (Haley Bennett, jovem, bonita e promissora), a indiferente babá do filho de Anna. Nenhuma se conhece, apesar de as três possuírem semelhança nas características de personalidade, até que um assassinato irá aproximá-las, numa trilha sombria de erros, desconfianças e pistas falsas (e ponto final, para não cometermos spoiler). Com um intenso toque policial, o suspense psicológico dialoga com a narrativa da mulher encorajada e ao mesmo tempo reprimida na sociedade machista e argumenta contra a autoridade masculina, com uma pegada deslumbrantemente sexy e passional. A edição lembra os telefilmes à moda antiga (com fade, clarões e câmera lenta), único defeito de opção do diretor Tate Taylor. Como filme de mistério e suspense funciona bem, acima da média dos lançamentos do gênero.
O DVD, lançado pela Universal, traz como extras making of e cenas excluídas.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com