RESENHA CRTICA: 15h17 - Trem para Paris (The 15:17 to Paris)

Este mais um filme do astro Clint Eastwood como diretor, o trigsimo sext

09/03/2018 23:06 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: 15h17 - Trem para Paris (The 15:17 to Paris)

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15h17 - Trem para Paris (The 15:17 to Paris)

EUA, 18, 1h34min. Renda: 35 milhões de dólares. Orçamento:34 milhões de dólares. Direção de Clint Eastwood. Roteiro de Dorothy Blyskal, baseado em livro de Anthony Sadler. Com Ray Corasani, Alek Skarlatos Anthony Sadler, Spencer Stone (todos eles também são créditados alem de atores como co-autores do roteiro do filme). E mais Judy Greer, Jenna Fischer, Irene White, William Jennings, Bryce Gheisar, Tony Hale,Thomas Lennon, Jaleel White.

Este é mais um filme do astro Clint Eastwood como diretor, o trigésimo sexto (apesar de ter nascido em 1930) que resolveu partir para um processo novo em sua carreira. Depois de que outros dois projetos seus demoraram a dar certo, ele se entusiasmou pela história real de três norte-americanos, amigos desde a infância, e que estão na França e descobrem que a bordo do trem há um terrorista. Decidem assim agir por conta própria. Há um detalhe curioso: Houve um outro herói a bordo do trem, um francês, que depois também recebeu a Legion d´honneur, mas o governo pediu para ele ficar escondido, sem revelar sua identidade. Com medo dele ser perseguido e morto pelos islamitas. Curiosamente é também o filme mais curto que Clint já dirigiu!

Todos os três americanos são, ao contrario do que diz o filme, 3 U.S. Airmen, apenas Spencer é da Força Aérea, Skarlatos da National Guard e Sadler é um civil. Spencer tem uma história trágica, seis semanas depois do ataque, ele foi atacado nas costas várias vezes num night club de Sacramento, que lhe custou caro (inclusive operação de coração aberto e outros ferimentos). Em 2017 o atacante dele foi condenado a 9 anos.

Nada disso porém impediu que a imprensa americana fosse extremamente agressiva com o resultado do filme. A maior reclamação é contra o fato de que o roteiro guarda o mais importante para os vinte minutos finais (mesmo tendo uns pequenos flashes anunciando o perigo). Reclamaram muito da viagem dos amigos, que não tem maior força ou graça, apesar do fotografo tentar conseguir imagens turísticas para distrair um pouco. Na verdade é interessante lembrar que o cinema com frequência chamou as figuras reais para estrelar seus filmes, como foi o caso dentre outros de Muhhamed Ali, Jackie Robinson, até Pancho Villa. Mais carismáticos do que os 3 heróis daqui! Houve também casos em que heróis verdadeiros que eram também atores famosos estrelaram suas biografias como Audie Murphy e James Cagney. Mas não atores representando a si mesmos é raro em Hollywood, e herança do neo-realismo. Difícil porém de encontrar um roteiro mais tolo para ilustrar as viagens do trio, totalmente sem graça! Ou mesmo pimenta. Por vezes toda a longa sequência chega a beira do ridículo. Ainda por cima, todo o tempo em que se mostra os protagonistas como crianças, é repetitivo e chato (inclusive desperdiçando as atrizes que fazem as mães).

Na verdade, os críticos pouparam os atores que tem aquela vontade de dar certo e serem muito heróis norte- americanos por excelência. A culpa maior é do roteiro mal desenvolvido cheio de clichês, não há quase suspense, nem muitos impactos dramáticos. Como ele não gosta de ensaios também não exige muitos dos seus comparsas. Por outro lado, não descansa em ser patriota até o fim quando há discurso do então presidente Francês, François Hollande e a mensagem : “Nós escolhemos lutar e tivemos a sorte de não morrer”. Lutei contra mas a verdade é que o final patriótico e real até me comoveu um pouco. Devo estar ficando velho mesmo!

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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