RESENHA CRTICA: A Vil (Ak-nyeo)

Se for capaz de descobrir uma linguagem inusitada, chocante e tambm extremamente criativa no perca este thriller surpreendente

28/11/2017 07:00 Por Rubens Ewlad Filho
RESENHA CRÍTICA: A Vilã (Ak-nyeo)

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A Vilã (Ak-nyeo)

Coréia do Sul, 2017. 2h03. Direção de Byeong-gil Jeong. Com OK-Bin Kim, Kim Há-Shiury.

Cada vez me torno mais admirador dos filmes do atual Cinema da Coréia do Sul, criativos, violento, originais e surpreendentes. Infelizmente este filme estreia no pior momento (Black Friday) e sem maior preparação. Quem tem tradição em cinema vai perceber que a história ter certa semelhança - que nem tentam esconder, parecendo com Nikita - Criada para Matar (La Femme Nikita, 90), de Luc Besson, estrelado pela sua então namorada Anne Parillaud (que depois virou seriado de TV e foi refeito como A Assassina (Point of no Return, 93) com a hoje aposentada Bridget Fonda e mais tarde Nikita, 91-01, com Peta Wilson e outra série Nikita, 11-13, com a Oriental Maggie Q (basicamente é semelhante, com jovem perdida, que é treinada para se tornar uma assassina profissional).

É bom avisar, que o filme é bastante violento como gostam os coreanos, e nem Tarantino chegou tão longe, algumas cenas são incríveis, até a ceninha final que também pode ser igualmente chocante e com senso de humor. Não acho o título nacional apropriado já que a heroína poderia ser facilmente uma vítima e muito se deve a escolha da protagonista, que infelizmente conhecia pouco e fui procurar no Google e IMDB, onde conferi que Kim foi estrela de Sede de Sangue, 09, do mestre Park Chan Wook, o melhor da Coréia com filmes como Old Boy, A Criada, Lady Vingança. Kim (1986- ) é de grande beleza e versatilidade.

Na história, após ver o pai ser assassinado, Sook-hee (Kim) é treinada para ser uma assassina. Após deixar uma pilha de corpos em um ato de vingança, ela acaba capturada e tem sua vida literalmente apagada. Grávida, ela é obrigada a trabalhar para uma agência de assassinatos, com a promessa de que em dez anos será libertada para ter uma vida comum. Após ser "devolvida" ao mundo real, já com a filha nascida, Sook-hee verá a carreira de assassina bater de frente com elementos de seu passado, o que abalaram sua rotina e realidade (resumo oficial do release que tira todo o sabor da história).

Enfim o diretor Biyung é relativamente novo e este é apenas seu quarto longa. E o primeiro teria passado aqui como Confissão de Assassinato. De qualquer forma, o realizador tem total talento, uma câmera violenta e agitada, de ação constante e surpreendente. Se não gosta do gênero nem respeita a estética alheia, nem passe por perto. Mas se for capaz de descobrir uma linguagem inusitada, chocante e também extremamente criativa não perca este thriller surpreendente. Capaz até de levar alguns sustos e dar alguns gritos.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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