RESENHA CRTICA: Hereditrio (Hereditary)
O filme tem razes para se tornar no mnimo interessante! Experimente.
Hereditário (Hereditary)
EUA, 2018. 2h7min. Direção e roteiro de Ari Aster.Com Toni Collette, Milly Shapiro, Gabriel Byrne, Byrne, Alex Wolff, Milly Shapiro, Morgan Lund, Ann Dowd.
Longo demais para um filme de terror, este filme tem o charme de um pôster curioso e intrigante. Não conhecia o diretor Ari Aster, que é americano, formado no American Film Studio e que dirigiu antes curtas-metragens inéditos, sem maior repercussão, ou seja, este é seu primeiro longa e teve uma reação nos EUA dividida (custou dez milhões de dólares, foi rodado em Salt Lake City, Utah, estreou no ultimo Festival de Sundance e teve até agora um orçamento razoável de 27 milhões de dólares).
A meu ver sua maior qualidade é a presença como protagonista da notável australiana Toni Colette (de quem sou fã desde O Casamento de Muriel, indicação ao Oscar por O Sexto Sentido e assim por diante, sempre versátil e interessante). Aqui o ponto de partida é a família Graham que quando a matriarca morre, a filha e a família resolver descobrir segredos terríveis sobre os ancestrais.
De qualquer forma, o elenco provoca certo respeito e traz o quase famoso Alex Wolff (Jumanji, O Dia do Atentado) e faz uma certa referência ao clássico Halloween (78). O curioso é que o filme provocou certa rejeição com o público mais jovem, mas foi bem recebido pela crítica norte-americana. Que gostou especialmente da caixa de pesadelos, que consegue provocar arrepios em certos espectadores. Mas alguns acharam tudo um pouco lento demais. Tony faz Annie, uma artista que trabalha com miniaturas e dioramas, lamentando também a morte de mãe. Basicamente é a história de uma família que tenta lidar com a morte, em particular Annie, descobrindo os segredos junto com o marido Steve (o veterano Byrne) e dois adolescentes. Só que em vez de partir para terror descarado o filme opta por criar um visual requintado e artificial. Talvez tenha sido por isso que os críticos aprovaram e alguns chegaram a considerá-lo um clássico no estilo Os Inocentes. Tudo são razões para tornar o filme no mínimo interessante! Experimente.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.