Desobedincia
Fotgrafa conceituada em Nova York, Ronit (Rachel Weisz) volta para sua cidade natal depois de muito tempo para o funeral do pai, um rabino. Distante da famlia, tenta reatar os laos, mas encontra rejeio, devido aos motivos que a afastaram da comunidade judaica. acolhida pelo primo, o jovem rabino Dovid (Alessandro Nivola), com que tem forte ligao desde criana, e descobre que est casado com uma paixo de juventude dela, Esti (Rachel McAdams)
Desobediência (Disobedience). Irlanda/Reino Unido/EUA, 2017, 114 min. Drama. Dirigido por Sebastián Lelio.
O diretor chileno Sebastián Lelio ganhou notoriedade este ano por ter vencido o Oscar de melhor filme estrangeiro pelo primoroso drama “Uma mulher fantástica” (2017), uma fita delicada sobre uma transexual que enfrenta a duras penas o preconceito da família do ex-marido recém-falecido. Com a repercussão do prêmio da Academia, de imediato o cineasta fechou contrato nos Estados Unidos para seu primeiro trabalho no exterior, feito às pressas, reunindo um elenco de peso (as duas Rachel, Weisz e McAdams, ambas já indicadas a Oscar, e Alessandro Nivola). O seu drama romântico “Desobediência”, exibido nos cinemas brasileiros em junho e lançado em DVD este mês pela Sony Pictures, também fala sobre sexualidade, mas com outra concepção, ainda mais intensa e apaixonada. Deixou de lado polêmicas levantadas na fita anterior para ser uma obra romântica puramente feminina, que suscita reflexões, feita com sinceridade e poesia. Trouxe para a cena um tema ousado - a redescoberta da sexualidade entre duas mulheres em uma família de judeus ortodoxos (que quando jovens se amaram e tiveram de ser afastadas), e à medida que fala sobre a relação proibida da personagem central, a fotógrafa, e o desprezo que sofre pela comunidade, invade os ritos familiares para acompanhar o dia a dia dos judeus atuais. O trabalho do diretor tem técnica, criatividade, audácia, comprometimento, ternura, sem exagero algum. E completa com a atuação das duas atrizes, algo bem marcante - gosto especialmente de Rachel McAdams, uma das mais interessantes do cinema atual – e Alessandro Nivola fecha o trio com dignidade!
Inteiramente rodado em Londres com custo baixo (U$ 6 milhões), o filme foi baseado em um romance de Naomi Alderman, de 2006, de mesmo título em inglês e ainda inédito no Brasil, e teve a produção assinada por Rachel Weisz. Não teve a repercussão que merecia, não foi nem indicado a prêmios de destaque (uma pena).
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na rea de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semitica e Histria da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso tcnico de Arte Dramtica no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantm as colunas Filme & Arte, na rede "Dirio da Regio", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatrio da Imprensa e para o informativo eletrnico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canad). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rdio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notcia da Manh. Ex-comentarista de cinema nas rdios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como jri em festivais de cinema de todo o pas. Contato: felipebb85@hotmail.com