Um Assaltante Bem Trapalhão
Virgil Starkwell (Woody Allen) é um assaltante atrapalhado, preso constantemente devido aos roubos mal sucedidos. Em liberdade condicional apaixona-se por Louise (Janet Margolin) e tenta mudar de vida quando resolve se casar com ela. Porém novos assaltos o convidam para retornar ao mundo obscuro do crime.
Um Assaltante Bem Trapalhão (Take the money and run). EUA, 1969, 84 min. Comédia. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Woody Allen. Distribuição: Classicline
Comédia tresloucada de Woody Allen em seu segundo filme como diretor (o primeiro veio três anos antes, “O que há, tigresa?”), lançada em 1969 e que conquistou o público do cinema alternativo. Allen também escreveu o roteiro, ao lado de Mickey Rose, e atuou como o protagonista desajeitado, unindo todas as características de roteiro, direção e atuação que marcariam seu estilo próprio, inconfundível. Com essa comédia autoral, ivestiu pela primeira vez no mockumentary, conhecido como “pseudo documentário” ou “falso documentário”, contando, como se fosse real, a vida de um assaltante azarado e suas peripécias para roubar bancos e lojas, desde a infância à juventude – como elementos do falso documentário escutamos uma narração off que apresenta a biografia personalizada do criminoso, e depoimentos de pais e amigos sobre ele, um bandido incompetente, sem jeito para o crime, que viveu sofrendo bullying e adquiriu um forte complexo de inferioridade.
Brilhantemente Allen brinca com o cinema policial, em especial o subgênero “fita de assalto”, com sequências muito engraçadas, referências cinematográficas e muitas piadas visuais (gags) bem planejadas (como a dos óculos de Virgil, atacado por diversos personagens que passam por ele). Você, assim como eu, vai gargalhar!
Rodado nas ruas de San Francisco e na verdadeira penitenciária estadual de San Quentin, na Califórnia, com orçamento de U$ 1,5 milhão, a comédia foi resgatada pela Classicline, que acabou de relançá-la em DVD. Mais uma diversão garantidíssima para quem procura humor inteligente e, claro, conhecer mais a primeira fase do cinema autoral de Woody Allen.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com