O Jivago de Pasternak

O romancista russo Boris Pasternak passou a posteridade por uma obra: Doutor Jivago (1957)

26/08/2019 15:07 Por Eron Duarte Fagundes
O Jivago de Pasternak

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O romancista russo Boris Pasternak passou à posteridade por uma obra: Doutor Jivago (1957). Filmado em 1965 pelo inglês David Lean, o cinema contribuiu para sua notoriedade pública. Tendo feito alguns esboços bem no início do século, entre os anos 10 e 20, o romance foi concluído quando o século já ia pela metade.

Criticado por estetas refinados como o escritor russo Vladimir Nabokov por sua estrutura desajeitada e seu teor impulsivo, desorganizadamente melodramático, e pelos censores estalinistas por seu hedonismo do indivíduo, Doutor Jivago resiste hoje bravamente como uma obra-prima cujas origens são mesmo as desordens épicas de Leon Tolstoi e os mergulhos obscuros de Dostoievski. Como o filme de Lean, o livro de Pasternak é o retrato de um homem, perdido em plena revolução russa de 1917 entre os amores de duas mulheres, aquela com quem casou e a outra a cuja afeição sempre esteve ligado. Como bom russo, Pasternak tem o dom de narrar em grande escala; a multiplicidade de personagens e situações pode desorientar o leitor, como ocorre em Tolstoi ou Dostoievski.

“Era um daqueles discípulos de Leon Tolstoi em cuja cabeça os pensamentos de um gênio, que jamais conhecera a paz, se haviam deitado para gozar de um repouso longo e sem nuvens e se amenizavam sem esperança.”

O início da narrativa é o enterro do próprio Jivago. Feita a introdução da cerimônia fúnebre, Pasternak vai lentamente compondo a história de Iura Jivago. E é com o olhar desarvorado desta criatura que o autor, ou seu narrador, constrói sua própria visão da Rússia de antanho.

 

(Eron Duarte Fagundes – eron@dvdmagazine.com.br)

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Sobre o Colunista:

Eron Duarte Fagundes

Eron Duarte Fagundes

Eron Duarte Fagundes é natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1955; mora em Porto Alegre; curte muito cinema e literatura, entre outras artes; escreveu o livro ?Uma vida nos cinemas?, publicado pela editora Movimento em 1999, e desde a década de 80 tem seus textos publicados em diversos jornais e outras publicações de cinema em Porto Alegre. E-mail: eron@dvdmagazine.com.br

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