Magic Mike XXL (idem)

Pior que o primeiro, Nem os numeros de Channing chegam a convencer

30/07/2015 11:14 Por Rubens Ewald Filho
Magic Mike XXL (idem)

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Magic Mike XXL (idem)

EUA, 2015. Direção: Gregory Jacobs . Elenco: Channing Tatum, Matt Bomer, Joe Manganiello, Kevin Nash, Adam Rodriguez e Gabriel Iglesias. 

Este é o Magic Mike XXL, continuação óbvia do primeiro Magic Mike que como todo mundo sabe foi criado pelo ator Channing Tatum (em cima de suas experiências como stripper de clube para mulheres) e foi um inesperado sucesso porque atraiu gays e principalmente mulheres, que formavam grupinhos para irem assistir juntas o festival de homens pelados. Quase todos aceitaram retornar a continuação menos Matthew McConaughey (porque quando ganhou o Oscar de ator seu salário subiu e a Warner não quis pagá-lo) e o Alex Pettyfer (que fazia Adam), que era criador de casos e não se deu bem com Channing, que além de tudo era coprodutor. O primeiro filme tinha um modesto orçamento de sete milhões de dólares e rendeu nos EUA 113 milhões e no exterior mais 53 milhões. Esta continuação dobrou o orçamento (para 14) o que ainda assim é barato mas foi uma decepção de bilheteria, não passando dos 63 milhões nos EUA (e no exterior por enquanto 38 milhões).

Gregory Jacobs é um veterano diretor assistente (com 48 créditos e obviamente o filme anterior) que esta tentando subir na vida e já tinha dirigido dois filmes (o eficiente Estrada Maldita, com Emily Blunt, 07 e 171, que é a mal sucedida versão americana do argentino Nove Rainhas). O diretor do primeiro Magic Mike foi o premiado e conceituado Steven Soderbegh que andava ameaçando se aposentar, mas continua aqui neste filme como produtor e as funções de montador e diretor de fotografia (primeira vez que faz isso num filme que não dirigiu). Ele também produz atualmente a boa série de TV The Knick e agora outra série, The Girlfriend Experience, que é baseada em filme dele, Confissões de uma Garota de Programa.

Difícil explicar a rejeição já que a lógica mais simples é que as espectadoras ficaram com a certeza de já terem visto a mesma história antes e a experiência de que continuações sempre são mais fracas. Eu sempre tive problemas com o filme porque ele endeusa ou ao menos tira os lados negativos da experiência de se despir em público, no que é basicamente um trabalho de gigolô, ou pior, uma forma de prostituição. Mas o filme de certa maneira faz propaganda de um trabalho que fica a beira do fora da lei e que tem um lado negativo muito grande. Não é a farra que eles mostram.

De qualquer forma, quando o filme começa, Mike 3 anos depois tem um trabalho próprio lidando com a entrega de móveis, quando recebe a notícia de que um dos amigos faleceu. Vai vestido para o velório mas é uma cilada (e o jogam na piscina já com um coleguinha de traseiro de fora). Foi a forma de chamá-lo de volta para uma apresentação nova do grupo (antes de aceitar ele tem um mini solo de dança!) numa convenção de Strippers em Myrtle Beach, S.C. com passagem por Tampa. Eles viajam num ônibus-trailer numa Road Trip e que ninguém espere nudez frontal ou grandes ousadias. Mais do que anterior há uma ênfase em romance, Channing com uma nova loira (a bela Amber Head atual mulher de Johnny Depp) e outro se liga numa mulher mais velha, certamente para satisfazer as balzaqueanas (Andie MacDowell). Há uma maior camaradagem entre os rapazes, mas alguma coisa ficou faltando, de forma que até o talentoso Matt Bomer, vencedor de Globo e People´s Choice, parece constrangido e sem brilho, mesmo cantando! Na verdade, há cenas criadas especialmente para o elenco se espalhar, mas parecem falsas e pseudomachistas. Também vale mencionar que desta vez há mais negros e um deles tem um número com uma gorda que é de gosto duvidoso. Há também a participação importante de Jada Pinket Smith, mulher de Will.

Acho que aí está a chave, tudo é questão de gosto, se o filme foi menos bem é simples, foi porque desagradou. Ou agradou menos. Achei que tudo é menos e pior, faltou conflito, ação, dança, nudez, como se eles tivessem ficado sérios demais para simplesmente venderem o que o público feminino queria ver. Nem os números de Channing chegam a convencer.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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