RESENHA CRTICA: Boi Neon

Um filme bonito, humano, muito autoral

01/03/2016 14:38 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Boi Neon

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Boi Neon

Brasil, 16. 101 min. Direção e roteiro de Gabriel Mascaro . Com Juliano Cazarré, Josiano Alves, Maeve Jinkins, Vinicius de Oliveira, Abigail Pereira.

Nunca tive a chance de ver o trabalho do diretor pernambucano Mascaro, que tem tido sucesso principalmente no exterior. Dentre vários documentários e curtas, ele fez antes Ventos de Agosto e agora este bonito e interessante trabalho. Começando alias pelo feliz e poético titulo. De qualquer forma é também um consagrado artista plástico, que faz instalações e este seu domínio da imagem fica claro aqui com imagens e momentos muito poderosos.

Dois atores são conhecidos, Vinicius (o menino de Central do Brasil que cresceu e faz vaqueiro de cabelo comprido) e o ator da novela da Globo, Juliano Cazarré que trata com notável simplicidade o personagem de vaqueiro que sonha em ser costureiro (nada de gay nisso) e maior naturalidade ainda em se expor com nudez (o filme conclui com uma ao mesmo tempo bastante explícita mas delicada cena de sexo entre ele e uma vendedora de perfumes que está em adiantada gravidez).

Embora lento como insistente em ser o cinema brasileiro não comercial, é um filme bonito, humano, muito autoral.  

Cazarré é Iremar, que trabalha numa "Vaquejada", uma espécie de modesto rodeio do Nordeste (ele prepara o animal e seu rabo para ser um usado na arena, onde o puxam e tentam derrubar). Vive com outros empregados numa espécie de caminhão que parece pertencer a uma jovem mulher de cabelos aloirados que tem uma filha pequena e malcriada (reclama do pai ausente). É curioso o que o filme praticamente não tem enredo ou história, os conflitos são pequenos e passageiros, os romances ainda mais. Enquanto Iremar sonha em uma dia realizar seu sonho…

 O Boi ganhou Festivais de Adelaide, Hamburgo, Nantes, menção em Toronto, prêmio especial do Júri na paralela Horizons em Veneza, e no Rio foi votado como melhor filme, roteiro, atriz (Alyne Santana), e fotografia (Diego Garcia). Merece ser descoberto e apreciado.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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