RESENHA CRTICA: Pais e Filhas (Fathers & Daughters)
Uma histria que nunca convence e s far chorar os mais sensveis e dispostos a isso
Pais e Filhas (Fathers & Daughters)
EUA,15. 116 min. Direção de Gabriele Muccino. Roteiro de Brad Desch Com Russell Crowe, Amanda Seyfried, Aaron Paul, Diane Kruger, Quvenzhané Wallis, Bruce Greenwood, Janet McTeer, Jane Fonda, Octavia Spencer.
Ainda acho estranho e curioso descobrir filmes estreando de que a gente nunca ouviu falar, fracasso de bilheteria (no caso o orçamento foi de 22 milhões de dólares, o que explicaria o elenco Classe A de nomes premiados) embora não que o Box Office Mojo não o tenha registrado (sabe-se da estreia italiana, nacionalidade do diretor). Ou seja, deve estar inédito nos EUA. E sendo lançado em streaming pay per view ou equivalente.
Além disso foi realizado pelo único realizador italiano que atualmente faz carreira no cinema americano, que é Muccino que se deu bem com Will Smith em A Procura da Felicidade, 06 e O Bizarro Sete Vidas, 08, o fraco Um Bom Partido, 12 com Gerard Butler e agora insiste em outro drama familiar sua especialidade. Até aí tudo bem, mas podia ter encontrado melhor solução no roteiro de um novato que torna a história muito confusa (sem explicações, ela é contada em dois tempos, o atual e os flash backs longos que irão explicar como os protagonistas chegaram aquele ponto). Por que o título deveria estar no singular. O volumoso Russell Crowe faz Jake Davis, escritor premiado com o Pulitzer, que tem uma filha Katie, muito ligada nele, principalmente depois que a mãe dela morre num acidente de carro, onde o pai pode ser o culpado. Para piorar, ele passa a ter ataques epilépticos ou o equivalente, que lhe provoca convulsões que ele tenta esconder. A filha não consegue resolver sua ausência (ele se interna) entrando numa faculdade onde leva uma vida sensual intensa e mal ajustada. Apesar de ter encontrado um rapaz que a ama (Paul Aaron, de Breaking Bad). O pai tenta voltar a escrever e vão aparecendo os coadjuvantes famosos, Jane Fonda como sua agente literária, Diane Kruger, como a sogra, a menina Q. Wallis que precisa de auxilio psicológico, Janet McTeer como psicóloga e Octavia Spencer como administradora da Faculdade.
Essa enxurrada de gente boa porém só serve para complicar mais as coisas, numa história que nunca convence e só fará chorar os mais sensíveis e dispostos a isso.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.