Cemitrio Sem Cruzes
Em um desrtico vilarejo, Maria Caine v o marido ser enforcado devido a uma antiga rivalidade com a famlia Rogers. Tomada pelo desejo de vingana e sem ajuda da famlia, contrata um misterioso pistoleiro, destemido, Manuel invade o rancho dos Rogers e sequestra uma das filhas daquela famlia iniciando um plano sanguinrio.
Cemitério Sem Cruzes (Une Corde, Un Colt...)
Itália/França/Espanha, 1969, 90 min. Faroeste. Dirigido por Robert Hossein.
Pela primeira vez no Brasil em cópia restaurada chega em DVD, pela Versátil, o excelente faroeste spaghetti “Cemitério sem cruzes” (1969), composta pelas melhores características do bang-bang italiano. Violento, barroco, sem concessões ou romantismo, personagens ardilosos (dentre eles os matadores sem piedade), o filme é capitaneado por duas figuras emblemáticas dessa modalidade de western: o pistoleiro enigmático, sozinho como um fantasma caminhante, procurado para fazer justiça em uma cidadela sem lei, papel do francês Robert Hossein (hoje vivo, aos 89 anos), e a marca única: a luva preta em apenas uma das mãos; do outro lado, a viúva de luto, maltratada pelo destino, com sede de vingança a qualquer custo – a também francesa Michéle Mercier. Ela é a mentora do plano-chave da história, posto em ação pelo pistoleiro. Porém haverá percalços incontornáveis pelo caminho (como em todo bom faroeste).
Os lugares sujos, o feísmo no estereótipo e na dor dos personagens e o sol derradeiro engolindo o ambiente desértico realçam com solidez o barroco, presente no western macarrônico. O cineasta Sergio Leone, a quem é dedicado este filme, tirou de letra o barroco no cinema na “Trilogia dos Dólares”, composto por “Por um punhado de dólares”, “Por uns dólares a mais” e “Três homens em conflito”.
Coprodução Itália, França e Espanha, “Cemitério das cruzes” teve roteiro escrito por Claude Desailly, Robert Hossein (o ator e também diretor) e Dario Argento, o mestre do terror italiano, em seu sétimo screenplay, um ano depois de criar o argumento de “Era uma vez no Oeste” (1968), obra-prima de Leone.
Curiosidade: o elenco central é francês, o filme foi rodado em Andaluzia (Espanha) e equipe de produção, italiana.
O filme sai no box “Faroeste Spaghetti”, com outras três obras essenciais do gênero dos anos 60 e 70: “O dia da desforra” (1966), “Dias de ira” (1967) e “Tepepa” (1972), todos em inéditas versões integrais restauradas com áudio original em italiano, além de extras. Edição limitada com quatro cards colecionáveis.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na rea de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semitica e Histria da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso tcnico de Arte Dramtica no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantm as colunas Filme & Arte, na rede "Dirio da Regio", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatrio da Imprensa e para o informativo eletrnico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canad). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rdio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notcia da Manh. Ex-comentarista de cinema nas rdios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como jri em festivais de cinema de todo o pas. Contato: felipebb85@hotmail.com