RESENHA CRTICA: A Bruxa de Blair (Blair Witch)

Este remake estreia nos cinemas americanos simultaneamente e j aviso que um blefe, feito para americano rir de bobo

15/09/2016 01:20 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: A Bruxa de Blair (Blair Witch)

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Bruxa de Blair 2016 cartaz

A Bruxa de Blair (Blair Witch)

EUA, 16. 89 min. Direção de Adam Wingard. Roteiro de Simon Barrett. Com James Allen McCune, Callie Hernandez. Corbin Reid. Brando Scott. Wes Robinson.

Por estranho que pareça são os filmes de terror que salvaram as bilheterias americanas no que foi uma infeliz temporada de fracassos (principalmente de blockbusters). Não apenas é um reboot ou volta à moda, simplesmente os jovens continuaram fieis ao gênero, que ao menos são despretensiosos e feitos para assustá-los nos fim de semana. Na história do cinema, ou ao menos do marketing, há um lugar especial para A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 99). Foi o primeiro filme que foi vendido através de rumores e sites da Internet, criando tamanho barulho que transformou uma fita nanica e quase amadora (custou 35 mil dólares e rendeu 130 milhões de dólares só nos EUA, de tal forma que seus dois diretores Daniel Myrick e Eduardo Sanchez desde então nunca mais fizeram nada, estavam ricos demais para isso). Seu maior feito: criaram a falsa mitologia da Bruxa de Blair, totalmente fictícia. Seguido pelo uso inteligente da câmera digital amadora para provocar terror.

Sinopse original: Em 21 de outubro, dois rapazes e uma moça estudantes de cinema vão para a Floresta Black Hills, no Estado de Maryland, para rodarem um documentário sobre uma lenda local, a Bruxa de Blair. Nunca mais se ouviu falar deles.

Não, a Bruxa não existe, é uma brilhante e pura fabricação da dupla de realizadores, que rodou o filme em vídeo digital caseiro e o promoveu intensamente pela Internet, criando a lenda de que tudo aquilo era verdade. Teriam também dirigido os atores de forma que eles não sabiam direito o que sucederia, com eles mesmos segurando a câmera (que balança que nem louca) e criando o clima apropriado para a improvisação (Heather tem a única cena mais forte, um monólogo que aliás serve de pôster ao filme). O sucesso foi tremendo e se tornou a fita a de maior renda em todos os tempos, em proporção ao mínimo de custo até então. Mas é basicamente um blefe, curto, insatisfatório, peca principalmente por ter um final precipitado e aberto (por isso, irritante). Uma prova de que hoje em dia importa menos o filme, do que a maneira que ele é promovido. E este foi inovador.

Este remake estreia nos cinemas americanos simultaneamente e já aviso que é um blefe, feito para americano rir de bobo. Nem por isso deixa de ter um lado histórico!

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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