RESENHA CRTICA: Stromboli (idem)

Vocs vo testemunhar o encontro que marcou a vida de Ingrid Bergman e Rosselini

20/11/2017 09:25 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Stromboli (idem)

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Stromboli (idem)

Itália, 1949. 107min. Diretor: Roberto Rossellini (1906-77). Elenco: Ingrid Bergman (1915-82), Mario Vitale (1923-2003), Renzo Cesana, Mario Sponzo.

Sinopse: Karen, uma jovem tcheca vira refugiada depois da Guerra. Mas se casa com um ex-soldado italiano Antonio (Vitale) que a leva para uma ilha isolada e vulcânica, Stromboli, onde não é compreendida pela população local e suspeita de infidelidade.

Comentários: Vocês vão testemunhar o encontro que marcou a vida de Ingrid Bergman e Rosselini nesta história realista de uma refugiada que vai para uma ilha vulcânica no litoral da Itália. Foi esse o início de uma fase difícil para ambos, quando foram rejeitados pela crítica e pelo público. Diz a lenda que Ingrid mandou uma carta para o diretor italiano se oferecendo para trabalhar com ele (porque adorava seu trabalho). Este bolou essa história e a chamou, mas durante as filmagens ela ficou grávida, embora ainda estivesse casada com um médico sueco (na verdade, eles eram separados, mas não divorciados). O escândalo foi tão grande porque a sueca Ingrid tinha fama de boazinha (pelos papéis de santa e freira que fazia). Foi uma comoção internacional, mas o pior foi o escândalo do Congresso americano tê-la condenado como pecadora pública. Ingrid passou anos no exílio na Itália - teve três filhos com Rossellini, inclusive uma delas atriz famosa Isabella Rossellini. Mas iria ainda ganhar novo Oscar com o retorno em Anastácia, a Princesa Esquecida, de 1956 e outro mais tarde, de coadjuvante por Assassinato no Expresso Oriente (74). Teve com ele três filhos, mas nunca foi feliz e os filmes dos dois juntos na Europa são muito discutíveis.

Eles trazem Ingrid mal fotografada, revelando seus defeitos (alta demais), sem a Fotografia hollywoodiana. Aqui ela fala inglês e o resto em sua língua original. Na época, Anna Magnani, que era amante de Rossellini antes de Ingrid, fez um filme rival pior que este chamado Volcano. O fato é que o estilo do casal não combina e o resultado é pouco mais que uma curiosidade. A paisagem é inóspita, o filme realista, Ingrid sem maquiagem, parece perdida e banal, sem a produção por trás dela. Mas o maior defeito mesmo é o roteiro que nunca engrena ou toma realmente forma dramática. Até o final é frustrante. Fizeram ainda juntos outros filmes que a crítica europeia admira muito, mas nunca teve repercussão nos EUA. Foram Europa 51, Nós as Mulheres, 53 (episódio), Romance na Itália e O Medo (ambos 54), Joanna D´Arc de Rossellini (54). Ingrid voltou a fazer um filme americano em 56, Anastásia, a Princesa Esquecida, que lhe daria novo Oscar. Na verdade, o casamento deles terminou porque Rosselini teve como amante uma mulher indiana ao rodar uma série de documentários sobre o país. Ainda rodaria alguns filmes notáveis de ficção como De Crápula a Herói, Vanina Vanini e episódio de Rogopag. Dali em diante, de 66 a 77 fez apenas filmes - cerca de 12 - documentários sobre temas históricos. De qualquer forma teve sua reputação restaurada assim como Ingrid, que faria teatro e cinema até sua morte, de câncer.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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