RESENHA CRTICA: Exorcismos e Demnios (The Crucifixion)

Lanado na Europa, foi considerado dos piores do gnero, dos mais aborrecidos e infelizes

19/04/2018 10:49 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Exorcismos e Demônios (The Crucifixion)

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Exorcismos e Demônios (The Crucifixion)

França, Inglaterra, EUA, 2017. Direção de Xavier Gens. Roteiro de Carey W. Haves e Chad Hayes. Foto de Daniel Aranyo. Com Sophie Cookson, Corneliu Ulici, Ada Lupu, Brittany Ashworth, Catalan Babliuc, Jeff Rawle, Matthew Zaja.

Para quem está buscando um filme de terror e suspense eu prefiro indicar o thriller que mais me tocou este ano, que é sem nenhuma surpresa, Um Lugar Silencioso (tenho tentado ver os filmes anteriores dele como diretor e até agora só provam seu inesperado talento). A verdade é que fica cada vez mais difícil tolerar outra historia de possessão demoníaca, assunto que há mais de 40 anos vimos assistindo sem maiores novidades. Este aqui pelo menos tem a presença de um diretor europeu, Xavier Gens (1975, nascido em Dunquerque, hoje famosa pelo filme!), que até hoje só foi premiado no Festival de Cognac, com Au Petit Matan (06). Mas tem sido muito ativo, tanto que depois deste aqui já tem dois outros filmes prontos (Cold Skin, 17 com Ray Stevenson e Aura Garrido e Budapest, 18, com Manu Payet e Jonathan Cohen e que para variar bastante é uma comédia!). Além disso, o Sr. Gens fez outros filmes de ação, como O Abrigo (The Divide, 11), o badalado mas medíocre Hitman, Assassino 47, 07, produção americana com Timothy Olyphant e A Fronteira, 07.

Embora não goste muito de fazer resumos de sinopse, no caso acho melhor lidar com isso:  em 2004, a repórter do jornal The New York Sentinel, Nicole Rawlins,consegue que seu editor a mande para a Romênia para cobrir a historia da Irmã Adelina Marinescu, uma freira que morreu depois de ser crucificada durante um exorcismo realizada pelo Padre Dumitru. Ela viaja até a cidadezinha de Tanacu onde começa a investigar o caso. Inclusive o padre que está na cadeia. Quando pensa que não há fenômenos espirituais tudo muda de figura. Francamente você viria um filme com um resumo desses?

Acho divertido explicar que ele filme foi escrito pela mesma dupla, Carey W. & Chad Hayes que também roteirizaram Invocação do Mal (The Conjuring, 13) e sua continuação Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2, 2016) e ambos ao menos tinham uma boa dupla de atores Patrick Wilson e Vera Farmiga. E que, segundo as más línguas, eles vem de uma família batista e tudo que fazem está repleto de trechos da Bíblia. Mas aqui estavam fora de forma. O elenco é uma mistura de países (o protagonista é americano, Sophie é britânica) e a maior curiosidade é que em vez de padres católicos, os envolvidos aqui são da Igreja ortodoxa mas isso não muda grande coisa. O filme lançado na Europa foi considerado dos piores do gênero, dos mais aborrecidos e infelizes. Até os que gostavam do diretor Xavier foram irredutíveis. Sei que os fãs do gênero não ligam para criticas, mas não há como perdoar.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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