Ameaca Profunda
Grupo de exploradores parte para uma missao arriscada numa plataforma de mineracao no fundo do oceano, a quase 10 mil metros da superficie da terra. Uma falha no sistema os deixa em estado de alerta. Enquanto se agrupam para resolver o problema, eles se deparam com terr?veis criaturas marinhas
Ameaça profunda (Underwater). EUA, 2020, 95 minutos. Terror/Ficção científica. Colorido. Dirigido por William Eubank. Distribuição: 20th Century Fox
Kristen Stewart é uma atriz que melhorou muito com o tempo. Bonita, de jeito meigo, começou novinha no cinema, aos nove anos, até ser definitivamente lançada ao estrelato com a bobeira da saga “Crepúsculo”. Chocha, sem graça, permaneceu nessa franquia teen de relativo sucesso até se encontrar com diretores de peso, que ajudaram a moldar sua carreira para melhor. Analise seus trabalhos a partir de “Na estrada” (2012), em especial em “Marcados pela guerra”, “Acima das nuvens” e “Personal shopper”. É outra atriz! Ah, o mesmo efeito se sucedeu com seu par de “Crepúsculo”, Robert Pattinson, que melhorou, entrou de cabeça em papéis sérios e perdeu pelo menos duas chances de ser indicado ao Oscar (por causa de preconceito da Academia em indicá-lo), me refiro em “Bom comportamento” e “O farol”, que, aliás, acabou de ser lançado em DVD e Bluray.
Mas o assunto aqui é Kristen Stewart, voltemos nela. Kristen lidera o elenco desse filme claustrofóbico, angustiante, que mistura terror e scifi e se passa 100% debaixo da água. Lembra “Alien”, como muita gente criticou, mas no cinema tudo se recicla, e a fórmula deu super certo. O filme trata de uma expedição na Fossa das Marianas, a quase 10 mil metros abaixo da terra, num dos lugares mais profundos do planeta. O terror tomará conta com a terrível aparição de monstros marinhos, que atacam um a um sem dó. E eles têm de correr contra o tempo devido à falta de oxigênio, explosões, vazamentos, e todos os obstáculos para um filme como esse. Agonia total para o público que tem medo de lugares fechados...
A direção de arte compreende a ideia do diretor (o cineasta William Eubank, de “O sinal – Frequência do medo”), a trilha sonora pontua o clima de tensão (do compositor de “Guerra mundial Z”, duas vezes indicado ao Oscar, Marco Beltrami), há bons efeitos visuais, e o elenco colabora – Kristen está bem, divide cena com Vincent Cassel, Mamoudou Athie, T.J. Miller e John Gallagher Jr.
Entretenimento de terror de qualidade, o filme “deu ruim” nas bilheterias por causa da pandemia – ele estreou em cartaz em 18 países entre janeiro e março desse ano, rendendo U$ 40 milhões dos U$ 80 milhões gastos; com o fechamento das salas de cinema ao redor do mundo a partir de março, deixou de estrear em mais de 30 países. Agora pode ser conferido em DVD e Bluray, numa edição cheia de extras, para colecionador.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com