Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas)
Se eu fosse um garoto/teen certamente iria me divertir muito com o filme


Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas)
EUA, 2015. 114 min. Direção de Brad Peyton. Com Dwayne Johnson, Carla Cugino, Alexandra Daddario, Paul Giamatti, Kyllie Minogue, Ioan Gruffuf, Colton Haynes, Archie Panjabi, Hugh Johnstone Burt, Art Parkinson.
É melhor você aceitar logo que praticamente todas as cenas são inverossímeis, impossíveis de suceder e de escapar. Mais ou menos como sucedeu em outro contexto com o último Velozes e Furiosos. Mas já que entramos no cinema, para ver um filme de ação e aventura, um novo filme catástrofe (disaster movie) não se espera grande lógica, mas grandes efeitos especiais (aqui são impecáveis, demolindo prédios, arrasando com San Francisco e adjacências, como a Ponte Golden Gate, inclusive o símbolo de Hollywood no morro de Los Angeles. E muito mais). Na verdade, com ajuda do Imax e o 3D o filme já começa de forma espetacular com um acidente de carro (eles até dão pista falsa) com uma garota que fica enquanto o herói Ray (Dwayne Johnson) tenta salvá -la de helicóptero!
Existe também em cartaz uma versão de 4D, aquele sistema que faz as cadeiras balançarem (como o antigo Max Motion!), jogando água no rosto das pessoas e provocando vertigens. Mesmo assim, sem esse exagero as cadeiras parecem vibrar e balançar (ao menos onde assisti).
Acho que nem é preciso lembrarmos das inúmeras vezes com que o cinema destruiu a Costa Oeste americana, justamente San Francisco, que realmente teve um desses choques que provocaram incêndio e destruição. Isso apareceu no filme San Francisco com Gable e Tracy, ainda em 36. O célebre Terremoto em Sensurround, 74, tinha ao menos um elenco super famoso enquanto aqui, fora o protagonista, o ex-The Rock, os outros não chegam perto!
A direção desta vez foi do pouco conhecido Brad Peyton, que é bastante competente ainda mais se considerando que ele tem uma carreira modesta na animação (Como Cães e Gatos 2) e fantasia (Viagem, também 2). E até Dwayne num momento onde tenta salvar uma afogada chega a demonstrar alguma emoção! Como já disse, ele faz um piloto de helicóptero especialista em salvamentos que tem problemas porque a ex-mulher (Carla Cugino, que sobrevive desde o fim dos anos 80 em filmes como Olhos de Serpente de De Palma) vai se casar com outro, levando a filha junto (a moça é a interessante Alessandra Daddario, dos filmes de Percy Jackson!). Tudo se precipita porém quando um cientista (o competente Paul Giamatti) descobre que está havendo sintomas de perigo, no deserto de Nevada. E não demora muito: esses tremores irão destruir inteiramente a famosa represa/usina que abastece Las Vegas!
E daí como se anuncia há anos, a chamada Falha de San Andreas aparece espalhando a destruição. Curiosamente só há dois núcleos centrais (o cientista e uma repórter de teve que vão prevendo os fatos, ou seja, os desastres eminentes) e o casal central, com a filha que se envolve com um rapaz inglês e seu irmão menor. Fora disso, é tsunami para cá, prédio afundando pra lá, gente correndo na rua, mais prédio, mas confusão. Mas tudo, repito com efeitos de primeira qualidade. E certa discrição porque aconteceu muito recentemente o desastre no Nepal (a produção tem doado dinheiro para os sobreviventes).Também o parque de diversões do Universal Studios na Florida adaptou seu brinquedo para outro chamado Disaster, que tem a participação também de Dwayne.
Ou seja, se eu fosse um garoto/ teen certamente iria me divertir muito com o filme.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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