RESENHA CRTICA: Solace - Pressgio de um Crime (Solace)

H uma surpresa atrs da outra, num thriller empolgante e certamente um dos melhores que um brasileiro j fez no exterior

26/02/2016 22:18 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Solace - Presságio de um Crime (Solace)

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Solace - Presságio de um Crime (Solace)

EUA, 15. 101 min. Direção de Afonso Poyart. Roteiro de Sean Bailey, Ted Griffin. Com Anthony Hopkins, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Colin Farrell, Janine Turner, Marley Shelton, Xander Berkeley, Kenny Johnson, Matt Gerald.

O diretor santista/brasileiro Afonso Poyart, teve a inteligência de fazer um filme nacional, Dois Coelhos, 2012, que mesmo sem ter o sucesso de bilheteria que merecia, lhe serviu como introdução ao mercado internacional como demonstração de seu talento. Seu “book”. E o resultado por enquanto é este brilhante thriller rodado em Atlanta, Georgia (parece que com algumas cenas feitas em São Paulo), que ele exibiu no Festival de Veneza, e que infelizmente não teve ainda repercussão que merecia no mercado americano. Com a ajuda de um montador nacional, Lucas Gonzaga, ele já tem dois outros filmes em diferentes formas de produção (o nacional Mais Forte que o Mundo com Cléo Pires e o anunciado Calypso com Débora Secco).

É um prazer ver novamente em forma Anthony Hopkins (depois de Noé e Thor) como um homem que tem o dom da premonição. John Clancy, que é chamado por um velho amigo policial (Jeffrey Dean Morgan, que parece ter passado por um banho de loja e virou galã!) para ajudá-lo a resolver uma série complicada de crimes, assassinatos de diferentes teores onde a vitima é geralmente atingida nas costas abaixo da nuca. Também faz parte da investigação uma agente do FBI, Katherine, vivida pela bela australiana Abbie Cornish. Mas não pensem que é mais uma série de TV, aqui a direção é extremamente criativa, ágil e porque não dizer inteligente.

Sou tentado a não contar muita coisa porque o filme foi me passando as informações e surpreendendo quando na mais ou menos da primeira hora ficamos sabendo das razões do assassino (já sabemos que ele é interpretado pelo Colin Farrell, pela evidência de que está em destaque no cartaz!). Mas as cenas de ação são muito bem executadas e depois de mais 10 minutos finalmente Colin entra em cena, mas a trama fica ainda mais complicada e densa. De uma certa maneira me lembrando o quebra-cabeça da atual série de Sherlock Holmes (que por sinal admiro muito).

Hopkins assina até como produtor executivo e tem um de seus grandes momentos de discrição, de jamais cair em qualquer exagero (e como tem o dom de prever, as vezes há um truque na manga do diretor ou roteiristas!). E Colin não fica atrás. Ele acabou se tornando um ator muito interessante, versátil, mas especialmente ameaçador como vilão.

Há uma surpresa atrás da outra, num thriller empolgante e certamente um dos melhores que um brasileiro já fez no exterior, junto com Meirelles (O Jardineiro Fiel), Babenco (Ironweed), Walter Salles (Diários de Motocicleta). Tomara mais gente o descubra.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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