RESENHA CRTICA: Um Homem Entre Gigantes (Concussion)
O filme mediano e no chega a envolver ou emocionar, apesar das boas intenes
Um Homem Entre Gigantes (Concussion)
EUA, 15. 123 min. Direção de Peter Landesman. Co-produção de Ridley Scott. Com Will Smith, Albert Brooks, Alec Baldwin, Gugu Mbatha-Raw,David Morse, Arliss Howard, Eddie Marsan, Luke Wilson, Paul Reiser.
No Brasil tradicionalmente não dá certo com o público os filmes sobre “futebol americano” e nos últimos tempos Will Smith está indo mal de popularidade e bilheteria, nada ajudado por sua ausência do Oscar este ano (por pressão da mulher não compareceu a festa e nem foi indicado a prêmio como pretendia). O titulo nacional também não ajuda muito, um drama feito por diretor pouco conhecido, roteirista, pintor, jornalista, romancista. Ele fez em 2013 um drama que passou em branco por aqui saindo direto em home vídeo, JFK Uma História Não Contada (Parkland, que mostrava os bastidores do assassinato do presidente, sem especular nada, apenas mostrando fato). E já está fazendo um novo chamado Felt com Liam Neeson e Diane Lane. Fez ainda o roteiro do fraco O Mensageiro (14).
Inspirado em fatos reais, baseado em artigo da revista GQ Game Brain, denuncia ao que me parece ser a primeira vez no cinema, o abuso que sofrem os jogadores desse futebol que são com frequência atingidos na cabeça e por causa disso ficam com problemas graves no cérebro. Isso é um fato já comprovado e o filme tenta mostrar não apenas quem investigou o caso mas principalmente os dirigentes de grandes times que fazem todo o possível para encobrir os fatos e fingirem que não há consequências ruins.
Will Smith adquire um sotaque africano já que interpreta o patologista Dr. Benneth Omalu, emigrante radicado em Pittsburgh, que justamente por ser diferente (por ser negro e ter sotaque esquisito) tem ainda mais dificuldade em demonstrar que está correto chegando a ser perseguido. O filme lhe da um interesse romântico que é para amenizar as coisas (feita por uma mulata sul africana nascida em Londres chamada Gugu). O resultado é mediano e não chega a envolver ou emocionar, apesar das boas intenções. Para um orçamento de 35 milhões, não passou dos 34 de renda.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.