RESENHA CRTICA: Demon (Idem)
No se engane, apesar do ttulo este filme hngaro no exatamente uma histria de terror
Demon (Idem)
Hungria, 15. 94 min. Direção de Marcin Wronan. Roteiro dele e Pawel Maslona. Baseado na peça Adherence de Piotr Rowicki. Com Agnieszka Zulewaska, Andrzej Grabowski, Tomasz Schuchardt, Itay Tiran.
Não se engane, apesar do título este filme húngaro não é exatamente uma história de terror. É mais um filme de arte, quase uma história de fantasma inspirada na velha lenda do folclore judaico o dybuk que se torna curiosa por causa de uma tragédia. O diretor Marcin Wronan (1973-2015) que se suicidou enforcado aos 43 anos, em Gydnia, Polônia, justamente quando estava apresentando este filme num Festival de Cinema (ele tinha feito antes vários telefilmes e dois longas, Moja Krew, 09, O Batismo, 10).
Não há explicações para seu ato, mas não há menor duvida que é um filme perturbado e perturbante, que foge das regras do mero terror. O protagonista Itay é Piotr, um rapaz que volta da Inglaterra para se casar com sua amada Zaneta, no interior rural. Lá apesar da chuva e do vento, eles vão ter uma grande festa de casamento com muita bebida e muita dança. Mas também surpresas, porque encontrarão o que parece ser um resto humano (só que não conta isso para ninguém). Mas aos poucos vai ficando cada vez mais estranho, inclusive tendo convulsões (a câmera é na mão e muito solta) e aos poucos vão descobrindo que o rapaz pode ter sido dominado pelo espírito de uma jovem que havia sumido da comunidade décadas antes. Com medo da reação, o pai dele procura esconder o fato, mas a situação vai ficando cada vez mais delirante. Ou seja, novamente nada de sustos ou truques do semelhante americano.
Não é novidade um filme que apresenta um casamento que provoca o pior nos convidados, mas aqui tudo é levado a sério (menos o final. Esquisito que já foi comparado com desenho animado). E infelizmente não funciona para fãs casuais do gênero.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.