RESENHA CRTICA: Dog Eat Dog (Idem)
Uma sucesso de outras monstruosidades, estupidez e violncia sem sentido
Dog Eat Dog (Idem)
EUA, 16. 93 min. Direção de Paul Schrader. Com Nicolas Cage, Paul Schrader, Christopher Matthew Cook, Willem Dafoe, Omar Dorsey, Louisa Krause, Melissa Bolona, Chelcie Melton. Roteiro de Matthew Wilder. Baseado em livro de Edward Bunker.
Esta é a estreia como ator do famoso roteirista de Taxi Driver e menos elogiado como diretor de vários filmes de diferente qualidade. Depois de tentar convidar um grupo enorme de amigos famosos, todos recusaram, e, Paul Schrader, faz uma participação pequena e não muito memorável como um gângster. Também o resto do elenco de velhos amigos e parceiros de outros projetos se limita a dois astros e outros desconhecidos, Cage chegou a dar cem mil dólares do seu salário para pagar a participação de Dafoe (ambos estão acostumados a participar de filmes bizarros, mas este aqui é dos mais esquisitos, inclusive pelo roteiro não do diretor, o que seria o lógico, mas um certo Wilder que fez apenas outro script rodado).
Esta é uma das daquelas bombas (em qualquer sentido) que, graças ao prestigio de alguns envolvidos, acaba conseguindo ser exibido fora de concurso no Festival de Cannes e do Rio. Sempre tem alguém de mau gosto para achar alguma graça numa comédia (sim, poderia se classificar assim) grosseira, violenta, esdrúxula e irremediável. Basicamente a figura central parece ser Dafoe, que é um assassino saído da cadeia, viciado em drogas pesadas (este semi prólogo tem alguns visuais mais ativos em comparação com o resto do filme talvez porque tenha faltado dinheiro). Enfim, ele mata com grosseira a amante gorda e a filha gorda dela. O filme ficou por um tempinho preto e branco e entramos num clube de strip onde ele se une a dois velhos colegas de cadeia, Cage (que está meio disfarçado por peruca que procura envelhecê-lo) e o gordo e para mim desconhecido Cook. Enfim, daí em diante teremos uma sucessão de outras monstruosidades, estupidez e violência sem sentido. Evitem como a praga.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.