Eaten alive
Psicopata cuida do motel da família à beira de um pântano no Texas e ali mata cruelmente as vítimas, que servem de comida para seu crocodilo de estimação
Eaten alive (Idem). EUA, 1976, 90 min. Horror. Dirigido por Tobe Hooper. Colorido. Distribuição: Obras-Primas do Cinema. Disponível em DVD.
Terror insano de psicopata no melhor estilo sanguinário do final dos anos 70, um encontro de “Psicose” com “O massacre da serra elétrica” (o filme foi escrito pelo criador de ‘O massacre’, Kim Henkel, em nova parceria com o diretor Tobe Hooper, recém-falecido).
Violento e cheio de clichês do gênero, conta uma história horripilante, de um caipira sádico, com transtornos psiquiátricos (Neville Brand), que mata os hóspedes do motel que trabalha e desova os corpos das vítimas no pântano onde habita um crocodilo gigante (alguns ainda estão vivos quando o réptil os ataca, daí a tradução do título, “Devorados vivos”, que nunca existiu no Brasil). Do terror o filme vira policial, quando o desaparecimento de uma garota mobiliza seus familiares e a polícia. Bem esquematizado, o roteiro apela em cenas de matança (fortes para a época), ressaltadas na fotografia com cores vermelhas alucinantes, que atordoa a mente dos menos avisados!
Este foi o terceiro longa-metragem de Tobe Hooper, que o realizou um ano depois de “O massacre da serra elétrica” (1974), insistindo em temas de psicopatia, sadismo, crueldade, com personagens insanos e destrutivos. Escalou Neville Brand (que assusta com as feições de um assassino matuto) e um time de coadjuvantes com graus de esquisitices para desse modo complementar o estranhamento da história, como Mel Ferrer, Carolyn Jones (a Morticia do clássico seriado ‘A família Addams’), William Finley, Marilyn Burns (de ‘O massacre da serra elétrica’, depois sumiu), a sex symbol dos anos 70 Roberta Collins, que lembrava Marilyn Monroe, o grande ator Stuart Whitman, que acabou de completar 90 anos, e Robert Englund, em início de carreira, muito antes de encarnar o monstruoso Freddy Krueger na franquia “A hora do pesadelo”.
Cinema diferenciado de horror, do mestre Tobe Hooper, que não é para qualquer um! Opção garantida para quem quer ver sangue e mortes brutais com um incremento bizarro.
Saiu agora em DVD em uma caixa especial com três discos em homenagem ao diretor Tobe Hooper, com quatro filmes do diretor – “O massacre da serra elétrica” (1974), “O massacre da serra elétrica – parte 2” (1986), “Invasores de Marte” (1986) e este aqui. O selo é da distribuidora Obras-Primas do Cinema – o box contém cards colecionáveis e um disco de extras com documentários, erros de gravações, entrevistas etc.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com