RESENHA CRTICA: Os Incrveis 2 (Incredibles 2)

Os personagens da famlia, em particular os menores, so adorveis e divertidos

05/07/2018 00:11 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Os Incríveis 2 (Incredibles 2)

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Os Incríveis 2 (Incredibles 2)

EUA, 2018. 1h58 min. Roteiro e direção de Brad Bird. Vozes originais de Craig T. Nelson, Holly Hunter, Huck Miner, Sarah Vowel, Catherine Keener, Bob Odenkirk,Samuel L. Jackson, Sophia Bush, Michael Bird, Isabella Rossellini, Jonathan Banks, Barry Bostowick. Música de Michael Giacchino.

No primeiro fim de semana de estreia desta continuação de animação da Disney, conseguiram uma bilheteria espetacular e recordista de 182 milhões e 687 mil dólares. E até o último domingo, a quantia já passou para 350 milhões de dólares!!! Isso quase ao mesmo tempo em que se anunciava que seria despedido justamente o criador de toda a empresa que deu nova vida aos estúdios Disney, que foi John Lasseter (o gênio da Pixar), mas mesmo assim seria dispensado acusado de assédio sexual! No comunicado, o executivo explica que alguns de seus comportamentos deixaram funcionárias desconfortáveis e se sentindo desrespeitadas! Isso tudo me deixa espantado e ao mesmo tempo achando que há algo de muito errado na atual cultura ou sociedade norte-americana.

Quem assina esta continuação (veja que interessante, o original é de 2014!) e tanto tempo depois é que voltam novamente sobre a direção de Bird (nascido em 1957, nasceu em Montana). Revelou-se com o Cult O Gigante de Ferro, 99, seguido por outros sucessos, o ótimo Ratatouille, 07, e corajoso tentou com filmes de ação com atores, entre eles, Missão Impossível - Protocolo Fantasma, 11 com Tom Cruise e o fracasso enorme que foi Tomorrow Land, Um Lugar Onde Nada É Impossível, 2015, com George Clooney. Que certamente prejudicou a carreira do diretor. Tem outro filme previsto mas não fica claro se é com atores ou animação, no caso 1906.

Houve também problemas, no dia 19 chegou a notícia mais grave. Um certo Marcos Gardiana, de 27 anos, que se diz fanático por Disney e tem cinco tatuagens para provar isso, estava vendo o filme junto com namorada, mas teve que sair do filme antes do fim, por que ele sofre de epilepsia causada por uma marca na cérebro, chamado de traumatismo “crânio encefálico”, porque teve em 2011 um acidente de carro e começou a ter “flashes de luz” e tontura, o que teria sido uma crise também com o derrame. Os olhos se fecharam e perdeu a consciência. Tudo porque ele sofreu convulsões provocados por flashs de luzes, durante o filme (que é um perigo para algumas pessoas com epilepsia). Não se soube logo se a Disney tivesse ou não avisado os espectadores dessa falha! Sim há cenas que podem ser perigosas para os que são sensíveis a epilepsia “fotosensitiva” ou outro tipo de sensibilidades a fotos. De qualquer forma, sabe-se agora com certeza que no mercado norte-americano (e provavelmente também no nosso) o verdadeiro frequentador de cinema são as famílias, ou seja, crianças que adoram ver dinossauros e animação. E no caso particular dos Incríveis, eles têm o prazer de ver que é possível ter um casamento positivo mesmo sendo super heróis. Sendo que com uma hora e 58 minutos, ele foi o filme mais longo em toda história da Pixar (além do mais longo animado por computador).

Durante anos o diretor Bird afirmou que só faria uma continuação se conseguisse uma história tão boa quanta a primeira (no caso, o pai fica em casa cuidando de tudo e a mãe, Helen /Elastigirl se torna a mulher que traz o dinheiro para casa!). Também é curioso que esta, que é a vigésima animação da Pixar, trocou o lugar com o Toy Story 4, que passou para o ano que vem! Também se manteve a idéia do filme original que apresentava series antigas das tevês (como The Outer Limits, 63, Johnny Quest, 64). Quem prestar atenção até verá um imagem disfarçada de Mickey. O filme também quer ser ousado ao menos no original, usando as palavras Hell and Damn. Foi também o sétimo filme da Disney com a trilha musical do compositor Michael Giacchino, que apesar disso ainda continua a ser relativamente pouco conhecido. Atenção espectadores, como sempre há em cartaz um curta da Disney Pixar, no caso chamado Bao (que na última hora substituiu outro, Smash and Grab, que vira só no ano que vem). Atenção: no final dos letreiros do filme, há uma aparição do personagem chamado The Underminer, que parecia ter fugido mas demonstra que ainda esta a solta! Além disso, o filme termina com um suspense, quando Violet deixa Tony num cinema dizendo que iria voltar logo. Mas quando ele sai de vista, o carro se modifica e etc. (nada de spoiler). Segundo Lasseter, é também o primeiro filme da Pixar que começa onde o anterior terminou.

De qualquer forma, como esáa na moda o respeito a posição feminina, o filme mostra a posição importante da Elastigirl e já também deixando a filha Violet mostrar suas asinhas. O Underminer (John Ratzenberger) está destruindo o pavimento para criar caos na cidade no que é de fato a chance de mostrar que os Incríveis estão de volta!

Como sempre as autoridades não aprovam a destruição e expulsam os super-heróis para sempre. Assim reúnem-se, Violet (de 14 anos), Dash de 10 e o bebê Jack, que vão para um motel pensar no que fazer da vida e também no que fizeram antes (e a plateia adora isso tudo relembrando como eles foram diferentes de tudo que existiu antes no gênero).Talvez se prestando a atenção mais um pouco, com menos violência e exageros, até porque os tempos mudaram. E o diretor dá força ao núcleo da família. O vilão maior agora é uma figura chamada em inglês Screenslaver que hipnotiza qualquer um (além do controle da mente). De qualquer forma, os personagens da família, em particular os menores, são adoráveis e divertidos. E o filme teve tão boa repercussão porque ao mesmo tempo conseguiu ser engraçado e também humano, fazendo com que adolescentes e crianças se identifiquem com as situações. Houve reclamações de que personagens do original aparecem pouco, no caso Edna Mode e Frozone (Samuel L. Jackson). Mas reclamar disso acaba até sendo positivo. O fato é que é bom para as famílias, para as crianças e para Disney Pixar que tenham mais uma vez acertado.

 

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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