Ao Mestre com Carinho
O adeus ao mestre Rubens Ewald Filho
Ao Mestre com Carinho
Nossa, amigo. Só agora me caiu a ficha. Só agora, mesmo com a dor no peito, que sufoca, caí na real. Você partiu pra outro plano muito repentinamente... Fui olhar mais uma vez nos e-mails se você não tinha me mandado alguma mensagem, mas nada. Há quase um mês. Mas sei que estarás bem e se relembrará, com aquele sorriso “maroto”, de grandes passagens da sua repleta vida. Eu comecei a me lembrar de quando nos reunimos pela primeira vez, a mais de 20 anos, para fazermos o primeiro projeto, aquele CD-ROM sobre a História de Cinema. De lá pra cá, minha vida mudou. Sempre fui cinéfilo, mas como te contei antes, só fui descobrir que aquele garoto que recortava as críticas no Jornal da Tarde e colava no caderno pra marcar os filmes que havia visto, realmente queria ter isso como profissão. O acaso (ou destino), me fez poucos meses depois começar a escrever num site sobre DVDs e te reencontrar nas cabines de cinema. Daí começaram os papos, as dicas e até as “fofocas”... O mestre estava conversando de igual para igual comigo, que orgulho! E me permitia publicar todos os seus textos! Quanta generosidade. O tempo foi passando, me mudei de cidade, mas continuávamos conversando pelo modo mais tecnológico que você admitia: por e-mail. Você não gostava de tecnologia, mas era um vidente! Mandava mensagens pelo “assunto”, sem nada mais, como se fosse um WhatsApp! Eu voltava vez ou outra pra SP e era como se o havia encontrado pessoalmente ontem. Quis o destino que eu me mudasse pra mais longe, mas continuávamos a amizade e passamos ainda mais a estreitar nossa convivência. Você queria que eu publicasse então, além do site, os teus textos no seu “novo” Blog. Foram mais de 3 mil, sabia? E assim fomos, até hoje. Muitas outras lembranças ficarão, como aquela noite em Gramado quando te apresentei a Ana e ficamos quase sem fôlego de tanto rir, até as 4 da manhã. Sentirei falta. Afinal estávamos com muitos planos, não? Ainda estou aqui editando as centenas de textos praticamente inéditos no mundo digital que me enviou, daquele seu jeito, sem se preocupar com formatação ou detalhes menores. E ainda vou continuar, quando acabarem, recomeço tudo de novo. E você, continue aí, olhando pela tua família do coração, pois o vovô “ubens” estará no coração delas. Assim como no meu e de todos que tiveram o privilégio de te conhecer e, acima de tudo, compartilhar a sua generosidade e conhecimento. Até breve, vou continuar olhando os e-mails, quem sabe chega algum!
Edinho Pasquale