RESENHA: Ninfomaníaca - Volume 2

RESENHA: Ninfomaníaca - Volume 2

19/03/2014 11:17 Da Redação
RESENHA: Ninfomaníaca - Volume 2

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Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac Vol. 2)

Dinamarca/França, 14. Direção de Lars Von Trier. 123 min. Com Charlotte  Gainsbourg, Stellan Skasgaard, Shia LeBoeuf, Stacy Martin, Christian Slater, Jamie Bell, Uma Thurman, Willem Dafoe,  Jean-Marc Barr, Udo Kier. Califórnia Filmes.

Tem sido muito mal recebido em especial pelo público este novo filme de  Von Trier, dividido em dois volumes (ele ainda irá oferecer uma outra versão com quatro horas e meia. Espero que eu possa dispensá-la!). Estão decepcionados com a promessa de sexo explícito que na verdade não se cumpre. Nesta segunda parte ainda menos, há uma rápida ceninha de Charlotte fazendo sexo oral em Jean Marc Barr, nada erótica. A foto dos anúncios onde ela aparece com dois negros é para ser humorística , a cena na verdade não existe. É pretexto para uma anedota onde os dois são irmãos e ficam discutindo, ainda que com ereções e nada se revolve na tela. É lógico que o filme aqui resvala para o masoquismo com Jamie Bell (de todos os mais casto, não tira nem a camisa!) que faz um técnico de não sei do que, que flagela e tortura as mulheres (sem penetração). Para não dizer que o filme não é cultural, ele começa com uma longa conversa com o intelectual (Skasgaard) que vai dando informações eruditas conforme os fatos são sucedendo. Quando menina ela levita tendo orgasmo e aparecem duas figuras, que são Messalina e outra que não guardei, que são assim ícones do delírio sexual. Também ficamos sabendo que os antigos romanos apenas toleravam 40 chicotadas, mas tinham que ser em três vezes, por isso que Cristo teria tido apenas 39! E também uma nova explicação para o que seria um bico de pato!!! Então toda essa primeira parte dá o tom do filme, mais filosófico, mais armado dramaticamente (a ponto de ter um final inesperado e irônico! Que é enfatizado apenas pelos ruídos, uma das poucas invenções do diretor).

Por vezes se cai no banal (o nascer do dia e do Sol como símbolo de esperança), ou então o pai (Christian Slater) dizendo que as árvores são como as pessoas, cada um tem que encontrar uma que é sua cara! Shia LeBoeuf aparece pouco porque logo ela sai de casa e acaba fazendo uma bem sucedida carreira (mas o casal irá se encontrar de novo numa cena bem dramática, onde citam aqueles grandes filósofos Ian Fleming e James Bond!). Aparece também Willem Dafoe que da o pior conselho da história do cinema: ela estaria precisando de ajuda na sua tarefa de sado masoquismo e este sugere uma menina órfã, mas de família de bandidos, que ela não apenas adota mas também leva para a cama. Depois fica surpresa quando a moça se revela uma piranha! Esta é uma das tantas reviravoltas obvias deste que é o filme mais rasteiro do diretor. Os outros ainda havia pretensões metafísicas. Aqui, não temos direito nem sexo, nem meditações transcendentais. Menos mal feito que a primeira parte, ainda está longe das imagens bonitas do passado. Francamente quando alguém esta pensando em fazer um filme sensual em seu juízo perfeito jamais colocaria a Gainsbourg como estrela. 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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