RESENHA CRTICA: Fargo (Srie de TV)

Desde Breaking Bad no se via uma srie to inteligente e bem realizada

23/12/2014 12:05 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Fargo (Série de TV)

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Fargo, 2014, 10 episódios, indicada para cinco Globos de Ouro (melhor série e  atores Allison Tolman, Billy Bob Thorton, Martin Freeman, coadj Colin Hanks). No elenco, ainda Keith Carradine, Oliver Platt, Kate Walsh, Rachel Blanchard.

Estou me preparando para a transmissão do Globo de Ouro pela TNT agora em 11 de janeiro e correndo atrás das séries de TV que não tive tempo de assistir. Como esta produção do Canal FX e MGM, de quem havia ouvido elogios, mas nada que me preparasse para tanto. Ela é muito fiel e ao mesmo tempo muito diferente do filme homônimo dos Irmãos Coen, de  1996, que ganhou o Oscar® de melhor atriz (Frances MacDormand, como a policial grávida que tem seu equivalente aqui) e roteiro. Foi indicado a filme, diretor, ator (William Macy), fotografia e montagem. Agora o autor é Noah Hawley, que fez um trabalho incrível, sendo fiel ao espírito dos Coen e do filme mas contando uma historia completamente diferente, chegando mesmo a ter dois astros em plena forma, o esquecido Billy Bob Thorton (lembrado como ex marido de Angelina Jolie) e justamente o inglês Martin Freeman, que é o astro do atual The Hobitt.

Noah que escreve todos os roteiros e também o chamado show runner, veio de Bones, mas publicou livros, fez roteiros não filmados, agora que se revela. Escreveu as séries não bem sucedidas My Generation e The Unusuals. Não vejo outra pessoa a creditar (os diretores também são quase todos jovens e fazem um trabalho incrível, teve momentos que parei o filme para rever algumas sequências espetaculares e inovadoras. Algumas na neve (passa-se em Minessota, mas foi rodado no Canadá).

Embora não lembre Tarantino, tem um tom de violência semelhante, que na verdade foram os Irmãos Coen que lançaram (ou relançaram) no cinema americano. Sempre inesperado, fora do comum. O primeiro episódio, chamado O Dilema do Crocodilo mostra um carro andando numa estrela gelada pela neve, que atropela um cervo e é jogada fora da estrada. Logo se revela que tem alguém no porta malas de cuecas que sai correndo e escapa pela neve. É um quebra cabeças que vai se compondo aos poucos, se tornando um exercício brilhante (nem sempre a narrativa é literal e imediata). De qualquer forma, a policial Molly (a revelação Allison) é a figura chave porque é a única que parece entender alguma coisa e conseguir raciocinar. Mas ninguém quer acreditar nela (na história ela é filha de ex-policial, feita pelo veterano e muito envelhecido Keith Carradine e ira se unir a outra surpresa, Colin Hanks, que é o filho deTom Hanks, e faz um policial ainda mais desajeitado do que ela). Sempre com muito humor negro e ironia, ficamos conhecendo também os dois protagonistas. Lester, Freeman,  um vendedor de seguros covarde e infeliz, que é humilhado pela esposa e por antigo colega de escola. E um matador que usa às vezes o nome de Lorne, Billy, que usa sempre uma expressão fria e cínica, que são sua marca registrada e funciona muito. Esse é o sujeito frio, brilhante, sem escrúpulos que sairá pela cidade matando e fazendo um tipo de justiça que nos vai custar a fazer sentido.
Mas eu garanto que vale a pena. Desde Breaking Bad não se via uma série tão inteligente e bem realizada, não tão original porque afinal nasce de um filme consagrado. Mas eu vibrei até mesmo no capitulo final e ao saber que nesta próxima temporada que irá estrelar é Kirsten Dunst (subestimada) e o comediante Jesse Plemons (fez Paul junto com Freeman, Olive Kitteridge e Todd em Breaking Bad). Procurem conhecer que vale a pena!!!

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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