Star Trek Enterprise 20 Anos Depois

Ha 20 anos estreou a serie Enterprise, a 4a serie derivada do universo criado por Gene Roddenberry

08/11/2021 04:41 Por Adilson de Carvalho Santos
Star Trek Enterprise 20 Anos Depois

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

 

Há 20 anos estreou a série “Enterprise”, a 4ª série derivada do universo criado por Gene Roddenberry, e última de um longo período de quase duas décadas seguidas de sucesso desde a estreia de “Star Trek - The Next Generation” em 1987, que retomou a saga original. Contudo, apesar de um elenco excelente, e uma qualidade inegável, a série durou apenas 4 temporadas, menos que suas antecessoras. Suba a bordo a vamos verificar o que aconteceu

Em 2001 a Voyager encerrava sua jornada e a Paramount estava disposta a ter uma nova série de Star Trek” como carro chefe de sua nova emissora. Especulava-se na época uma série com o Capitão Sulu a bordo da U.S.S Excelsior, ou uma série centrada na Academia da Frota. Depois de avançar no futuro da franquia, decidiu –se voltar os olhos ao passado, influenciados pelo sucesso da prequela de George Lucas “Star Wars – A Ameaça Fantasma” (1999) e da bilheteria milionária do segundo filme da nova geração “Star Trek – Primeiro Contato” (1997), decidiu-se situar a nova tripulação dez anos antes da formação da Federação dos Planetas Unidos e 90 anos depois do primeiro vôo em dobra realizado em dobra por Zefram Chochrane (James Cromwell) no filme dirigido por Jonathan Frakes. Os produtores Rick Berman e Brannon Braga contrataram Scott Bakula (Contra Tempos) para viver o Capitão Jonathan Archer, à frente do elenco que incluiu a vulcana T’Pol ( Jolene Blalock) como sua segunda em comando, o engenheiro-chefe Trip Tucker (Connor Trinneer), o oficial tático Malcolm Reed (Dominic Keating), o piloto Travis Mayweather (Anthony Montgomery), a oficial de comunicações Hoshi Sato (Linda Park) e o oficial médico chefe Dr. Phlox (John Billingsley).

O piloto “Broken Bow”, transmitido em 26 de setembro de 2001, foi muito bem recebido e bastante promissor e premiado com um Emmy de melhores efeitos especiais. Fo também a primeira série da franquia a ser produzida em widescreen, e a primeira da franquia a ser transmitida em HDTV. Sus belíssima abertura usava pela primeira vez uma canção, a inspiradora “Faith of the Heart”, composta por Diane Warren (Pearl Harbor) e cantada por Russell Watson. A canção já havia sido utilizada nos créditos finais de “Patch Addams” (1998), sendo ajustada às imagens de exploradores ao longo da história como os Irmão Wright, Amelia Earhart, Charles Lindberg, Alan Shephard (o primeiro astronauta americano) em meio a imagens de veículos aéreos evoluídos desde os desenhos de Leonardo da Vinci até a Estação Espacial Internacional cuja construção só seria completada 10 anos depois do lançamento da série

O ano era 2151 e a nave NX01 Enterprise embarca em uma missão exploratória, a primeira com a colaboração entre humanos e vulcanos, depois do primeiro contato com um Klingon. A história, no entanto, contraria o primeiro encontro entre klingons e humanos conforme reconhecido pela série clássica. O visual dos klingons, com a testa de tartaruga, também contraria a série original, sendo mais próxima dos filmes, mas essa discrepância seria explicada na última temporada da série no episódio “Affliction”. Outro desafio para Berman e Braga foi não contradizer o avanço tecnológico já que a tripulação de Archer viajava com velocidade de dobra menor, sem teleporte e com muitos dos instrumentos sendo usados em caráter experimental. Mesmo a expressão “Planeta Classe M”, empregada para designar um planeta nas mesmas condições atmosféricas da Terra veio a ser explicado aqui como derivada da expressão Vulcana “Classe Minshara”.

Ao longo da produção da série, muitas foram as tentativas visíveis de fazer de “Enterprise” uma série inovadora apesar de sua aura retrô. O trio formado por Archer-T’Pol-Trip consegue muitas vezes evocar na memória o conflito de personalidades de Kirk-Spock-McCoy. Contudo, não tinha como evitar o desgaste que a franquia vinha sofrendo ao longo dos últimos anos, bem como mudanças significativas no público como efeito colateral da realidade pós 11 de setembro, ocorrida 15 dias antes da estreia da série. O mundo parecia assim cada vez mais distante da utopia de Roddenberry. Assim, as duas primeiras temporadas tiveram altos e baixos reproduzindo a estrutura de episódios fechados, com a noção de uma guerra fria temporal permeando a linha narrativa. Os índices flutuantes eram preocupantes, e a terceira temporada trouxe duas mudanças significativas. O título da série passou a ostentar o nome “Star Trek – Enterprise”, e a temporada inteira foi centrada na busca pelos Xindi, responsável por uma arma de destruição de massa que mata milhões de terrestres, incluindo a irmã do Comandante Tucker. A história desenvolvida, com novo time de roteiristas, se estende demais, com rumo incerto. Em paralelo, o último filme da nova geração “Nemesis” (2003) havia sido um desastre na bilheteria, apontando que a franquia precisaria se renovar para se manter relevante para as novas plateias e conquistar uma fatia do público que jamais havia visto as séries predecessoras. Foi quando a UPN permitiu uma 4ª temporada, mas pressionaram Braga e Berman a fazer mudanças, chegando a pedir a demissão de Scott Bakula e a morte de seu personagem. Os produtores se recusaram, mas aceitaram reduzir o valor de cada episódio para a UPN além de transferir a série para sexta-feira, assim como acontecera com a terceira temporada da série original.

A temporada final, com Braga & Berman substituídos por Manny Coto, começa com o resgate de Archer no passado da Terra, depois da conclusão da guerra com os Xindi. O que se segue são vários episódios prestando homenagens às séries anteriores contando com a participação, por exemplo, de Brent Spiner (de “The Next Generation”) como um antepassado do criador de Data, além da origem de Khan e uma viagem ao universo espelho já mostrado na série original, e Deep Space 9. Foi tentado uma participação especial de William Shatner ( o próprio Capitão Kirk) mas as negociações com o ator não foram adiante. A série terminou em maio de 2005 com os episódios “Terra Prime”, que mostrou imagens reais de Marte e da Estação Memorial Carl Sagan, seguido de “These are the Voyages” com participação especial de Jonathan Frakes e Marina Sirtis.

Somente quatro anos depois do fim das aventuras do Capitão Archer que “Star Trek” ganharia uma nova produção, desta vez para os cinemas, com J.J.Abrams à frente de um reboot, muito bem-sucedido e mostrando que o espaço poderia ser a fronteira final, mas ainda havia muito ser explorado como vemos hoje com o sucesso de produções como “Star Trek Discovery” (Netflix) e “Star Trek Picard” (Amazon Prime). Sem dúvida audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve.

(“Star Trek Enterprise” está disponível na Netflix)

 

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

Linha

relacionados

Todas as máterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantém você conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar você pode compartilhar suas preferências, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se já!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro