Navegando na Netflix: srie Jo
Fica a lio: nem toda srie da Netflix boa
Navegando na Netflix: série “Jo”
Dizem que já havia sido exibida no Brasil esta série francesa estranhamente toda falada em inglês e estrelada pelo astro Jean Reno e que se apresenta com o titulo de apenas “Jo”, obviamente o nome do protagonista Joachim StClair. Como sou fã do ator, resolvi assistir a série inteira (são apenas 8 capítulos). A decepção começa porque Reno esta com a cara inchada, olhos injetados e não cheguei a conclusão se isso é culpa do personagem ou do ator. Os roteiros são muito fracos e a única ideia que tiveram de novo foi começar cada episódio em um lugar famoso de Paris, que daria o nome a história. O primeiro é a Torre Eiffel do alto da qual é jogada uma modelo negra (decepção: não se vê ela caindo! O mesmo irá suceder com outros pontos turísticos que vão desde o Marais (também não aproveitam direito o fato de ser um bairro notoriamente gay), aos outros como A Opera, Place Vendome, Invalides e até as Catacumbas etc. todas muito mal aproveitadas).
O único personagem a ter uma vida particular mais intensa é justamente Jo que teve problemas com drogas (não se mostra) e agora tenta reconquistar a filha (Helda Reed) que namora um vigarista e também procura se livrar de drogas (também não se mostra). O elenco é basicamente britânico e o único personagem que tem certo destaque é o parceiro do herói, que é um rapaz bonitão e inexpressivo (Tom Austen). E a trama policial é a básica, sem grandes reviravoltas ou surpresas, seguindo-se apenas uma linha de raciocínio lógico.
Suportável mas pouco além disso. O único prazer extra que tive foi a aparição dos dois únicos astros convidados famosos que participaram do elenco, Sam Waterston e especialmente Leslie Caron, com encantadora velhinha. Fica a lição: nem toda série da Netflix é boa. Até existem séries francesas interessantes e densas, mas esta não é uma delas!
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.