RESENHA CRTICA: Annie

O filme um musical desengonado e completamente equivocado

10/02/2015 15:39 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Annie

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

Annie (Idem)

EUA, 14. Direção de Will  Gluck. Com Quvenzahné Wallis, Cameron Diaz, Jamie Foxx, Rose Byrne, Bobby Cannavale, Michael J. Fox, Patricia Clarkson, Sia, Mila Kunis, Ahston Kutcher, Rihanna.

Will Smith e sua mulher Jada Pinkett são os produtores desta infeliz refilmagem de um famoso musical da Broadway, de enorme sucesso e mais endereçados as crianças (pelo jeito desistiram de usar seus insuportáveis e pretensiosos filhos chamando para estrelar o projeto a menina Quvenzahné Wallis, de Indomável Sonhadora, absurdamente indicada para o Oscar® e que aqui confirma que não era atriz, apenas uma criança espontânea que não esta preparada para cantar ou dançar ou mesmo representar. Tudo ela copia e faz mal, sem passar nem mesmo o otimismo incurável do personagem.

O show Annie (1982) foi primeiro filmado pelo veterano John Huston. Eu estive nas filmagens e pude constatar que ele não era a pessoa mais adequada para o projeto, deixando tudo rolar de forma impessoal. Ao menos rodaram tudo de forma fiel, com o escore completo (e mais uma canção inédita sobre ir ao cinema, ver Greta Garbo). Não estou levando em conta os dois filmes originais feitos em cinema das histórias em quadrinhos que teriam sido Little Orphan Annie, 32 e As Aventuras de Lili, 38. Como os diretores atuais são da Columbia Sony, chegou a ser feito uma continuação de Annie com Joan Collins em 95, Uma Aventura Real, com a menina Ashley Johnson. A melhor versão foi porém de 1999, feita para a televisão pela própria Disney com excelente elenco, dirigida por Rob Marshall, que trazia a excelente Kathy  Bates de vilã, Victor  Garber de Warbucks, Alan Cumming, as estrelas da  Broadway Kristin Chenoweth, Audra MacDonald, e até ponta da atriz que havia criado o papel de Annie no palco, Andrea McArdle.   

Finalmente chegamos a atual, que foi prejudicada pelas ameaças ao estúdio e os hackers que liberaram o filme para streaming pirata. Mesmo assim não foi tão mal assim considerando-se sua ma qualidade (84 milhões nos EUA e mais 33 no exterior). Além  de cortarem a maior parte das canções (ao menos ficou o Tomorrow, a mais célebre) atualizaram a historia e escore, fazendo tudo com som black, uma canção, Opportunity, chegou a ser indicada ao Globo de Ouro (o filme também como musical). Mas também pegou indicação de dois Razzies, refilmagem e Cameron Diaz, que é um caso a parte.

No entrecho, se conta a historia de uma garota órfã que vive num asilo antes nos 30, de plena Depressão, mas não se conforma que os pais a tenham deixado. Ela é ruiva e otimista e acaba agradando o presidente da Nação, Roosevelt e um milionário egocêntrico, ajudado por sua secretária (claro que há romance entre eles). E também seu grupo de meninas amiguinhas e infelizes como ela. A vilã é a quem dirige a casa, geralmente feita por uma atriz veterana como Bates ou Carol Burnett. Mas agora colocaram Cameron que não é tão velha assim, mas está careteira, não sabe cantar, envelheceu mal enfim é um desastre completo.

Também foi uma péssima ideia transformar o milionário num político (Foxx)  que concorre a eleição e usa a menina como seu cabo eleitoral. Foxx tenta bancar o ingênuo, mas foi estupidez transformar político em herói, já que mesmo por lá todo mundo sabe o que se acha deles. Bandido na certa.

Pois o filme vai de erro atrás de erro, desperdiçando os melhores do elenco (nem vou mencionar) num musical desengonçado e completamente equivocado. Que do espírito original não sobrou nada.

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

Linha
Todas as mterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantm voc conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar voc pode compartilhar suas preferncias, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se j!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro