O Exterminador do Futuro: Genesis (Terminator: Genesys)

Apesar das circunstancias (script confuso, elenco irregular) pode ser perfeitamente consumido

02/07/2015 17:09 Por Rubens Ewald Filho
O Exterminador do Futuro: Genesis (Terminator: Genesys)

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O Exterminador do Futuro: Genesis (Terminator: Genesys)

EUA, 15. 126 min. Direção de Alan Taylor. Com Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jai Courtney, Jason Clarke, J.K. Simmons, Matt Smith , Courtney B. Vance, Dayo OKeniyi, Byung-Hun Lee, Sandrine Holt.

A crítica americana se dividiu diante deste quinto filme da série, que começou brilhantemente com O Exterminador do Futuro (84) que também revelou James Cameron, criador do personagem, seguido pelo Exterminador 2: O Julgamento Final (91) que foi ainda melhor, depois por Exterminador 3: A Rebelião das Máquinas, 03 de Jonathan Mostow, e A Salvação, 09, de McG, o único sem Arnold que então era governador da Califórnia (mas com Christian Bale e Sam Worthington). Isso sem contar com a série de TV, de 2008, Crônicas de Sarah Connor, criada por Josh Friedman, com Leana Headey (Game of Thrones) e roteiro de Cameron. Já estão certas duas outras continuações e por isso não saiam correndo do cinema, que depois dos primeiros letreiros tem mais uma ceninha “teaser” sobre o que pode acontecer no futuro próximo.

O orçamento do filme dizem que foi de 170 milhões de dólares, o que comporta muita ação, perseguição, explosões e tiroteios. Quem assumiu a direção aqui foi justamente Alan Taylor, que foi o diretor mais importante das primeiras fases de Game of Thrones e certamente o responsável por escalar como Sarah mais jovem, a encantadora Emilia Clarke (que faz Daenerys naquela série até agora) que na verdade não chega a ter a força e garra da criadora do papel Linda Hamilton. Também é duvidosa a escolha do australiano Jason Clarke (que não é parente de Emilia!) que ficou como sendo a outra figura central o John Connor (Clarke fez O Grande Gatsby e A Hora mais Escura) e seu personagem é aquele que manda o Terminator para o passado para proteger sua mãe a Sarah Connor (se matassem ela, John não existiria e assim a guerra seria facilmente vencida pelas máquinas). Também faço restrição ao bombado australiano Jai Courtney, que interpreta Kyle Reese, que teria que procriar com Sarah. Ele tem mais cara de assassino russo do que de galã. Mas se vocês estão achando o resumo confuso esperem então para ver o filme, que para sermos justos faz o possível para explicar tudo entre cada uma cena de ação. Outra curiosidade o filme é ao mesmo tempo uma continuação, um reboot (uma espécie de refilmagem) e prequel (prólogo).

No começo o narrador irá explicar que os humanos pensavam que seriam capazes de dominar as máquinas, até que surgiu um misterioso projeto viral que se chama Genesis e que no fundo era uma conspiração delas com a intenção de destruir os humanos, explodindo e liquidando quase todo o mundo (eles se fossem inteligentes mesmo poderiam matar os humanos sem ter destruído quase todas as construções !). Enfim, quem lidera a guerra contra as maquinas é justamente esse Jack Connor e seu lugar tenente é Kyle, que eu já situei lá em cima neste artigo. Pois Jack convence Kyle a voltar numa máquina do tempo até 1984 para destruir Genesis antes dele se concluir e matar quase todo mundo. Mandam procurar Sarah mas não revelam para ele qual seria o futuro para Jack, nem que ela tem esse tempo todo desde o segundo filme (ou foi no primeiro que Arnold já mudou de time?) o Exterminador passa a proteger Sarah a qualquer custo, apesar de aparecerem robots mais aperfeiçoados (um deles aqui que tem habilidades metálicas/líquido o T-1000 é feito por um astro do cinema coreano!).

Se há uma coisa que deu certo nesta nova versão é terem mantido Arnold Schwarzenegger que afirma sempre que está velho mas não obsoleto (repete também suas antigas frases famosas como Eu Voltarei /I´ll Be Back!). Muito habilmente ele também faz outro Exterminador que reprisa sua chegada pelado (para viajar na maquina é preciso ficar sem roupa, mas o filme praticamente não mostra nada de mais com medo da censura querendo o acesso dos bem jovens. Além disso não é excessivamente violento). Nesse caso, o corpo é de um halterofilista jovem e o rosto é extraído do primeiro Exterminador (e chega a convencer) enquanto o próprio Arnold aos 67 anos ressurge novamente em duas idades diferentes, a ultima delas com os cabelos brancos (e não perde seu humor, repetindo seu sorriso de dentes expostos!). O fato é que esta perfeitamente convincente ao contrário do que tem acontecido em seus outros filmes de retorno a carreira.

O Hollywood Reporter indignado escreveu que “basta de filmes do Terminator. Que a trama reescreve a serie inteira e praticamente é a mesma coisa só que com outra embalagem”. O Chicago Tribune fez gracinha “dizendo que o filme é tão mal sucedido que o espectador vai ter vontade de torcer para chegar logo o apocalipse. E ressalta a destruição da ponte Golden Gate,que já sofreu muito também este ano em San Andreas. Um filme caro demais, muito mal escrito”conclui. O New York Times opina que “é um desperdício de viagem no tempo. Que o sub titulo deveria ser A Ascensão do App. Que Jai não tem carisma. E que o diretor não é novo Cameron. Conclui afirmando que é um remix do Maiores sucessos de Cameron” (embora não concorde muito a critica sem dúvida revela senso de humor). O Critico do Hitfix, escreve que “é melhor dos que os dois últimos Terminators, mas que isso não é vantagem nenhuma, já que é representativo do que pior se faz com um franchise. Não há alegria na filmagem!”. Por fim, o Washington Post, é “mais positivo, dizendo que é uma aventura decente e Arnold é a melhor coisa”.

Enfim, talvez este não seja o melhor blockbuster da temporada. Mas apesar das circunstâncias (script confuso, elenco irregular) pode ser perfeitamente consumido.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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