Perdido em Marte (The Martian)

É filmado de maneira eficiente, resultando num filme interessante e divertido

01/10/2015 11:33 Por Rubens Ewald Filho
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Perdido em Marte (The Martian)

EUA, 15. 141min. Warner. Direção de Ridley Scott. Roteiro de Drew Goddard baseado em Livro de Andy Keir. Com Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Kate Mara, Sebastian Stan, Sean Bean, Jeff Daniel, Michael Peña, Chiwetel Ejiofor, Donald Glover.

Fazia tempo que Ridley Scott, que já foi um dos maiores diretores de seu tempo, não acertava, talvez porque esteve muito perturbado pelo suicídio sem explicação do seu irmão, sócio e também diretor Tony Scott (em 2012). Parecia que nunca mais teríamos filmes do estofo de Blade Runner ou Alien, o Oitavo Passageiro ou Thelma e Louise. De qualquer forma, este é o seu melhor trabalho em mais de uma década, uma competente aventura espacial situada num futuro próximo, que também restabelece a carreira ultimamente abalada de Matt Damon, que retorna já maduro (completa este mês 45 anos).

Não sei se chegará ao Oscar, mas é um filme que não precisa de desculpas, sempre mantendo o interesse e o suspense. É a historia de uma equipe de astronautas americanos, que está numa missão ainda de reconhecimento em Marte. Mas são vitimas de uma tempestade violenta e na confusão, acham que ele, Mark Watney foi morto. Partem apressadamente mas por um lance de sorte ele conseguiu sobreviver e agora procura na paisagem árida e vermelha do planeta. É quando o filme lembra um outro, bem mais antigo e modesto chamado Robison Crusoé em Marte (Robinson Crusoe on Mars, 64, de Byron Haskin, com o desconhecido Paul Mantee), que tinha uma situação semelhante (ele tem um macaco de estimação e aparece um Et que faz as vezes do Sexta-feira), Infelizmente nunca tive a chance de assisti-lo mas tem a reputação de Cult no gênero e um ponto de partida bem parecido.

Mas os tempos são outros, basta dizer que o mundo mudou tanto que o aspecto que mais me surpreendeu foi justamente o fato de que em determinado momento (Spoiler parcial) os americanos aceitam a ajuda dos chineses para determinado equipamento. O que não seria possível faz pouco tempo e não fosse o fato de que Hollywood nos últimos anos tem ganhado uma fortuna com a exibição de seus blockbusters por lá! Eles tem inclusive coproduzido os filmes (como o de Tom Cruise)!

Enfim, são coisas do capitalismo e ganhando dólares juntos ao menos pensam menos em guerras de verdade e se divertem com a fantasia. De qualquer forma, o protagonista Mark Watney é muito esperto e aos poucos vai conseguindo várias conquistas, a mais divertida delas é construir uma verdadeira horta! Só não consegue resolver o problema da trilha musical que foi selecionada pela comandante da nave (Jessica Chastain, menos eficiente que costume) e que é composta totalmente por clássicos da Disco Music (assim essa é a trilha do filme).

Depois que a NASA e os colegas descobrem que ele sobreviveu e a notícia comove a nação e o mundo começa o mais difícil, que justamente seria como resgatar o herói. Basta dizer que tudo é filmado de maneira eficiente, dando as chances de Matt fazer pequenos discursos para a câmera e resultando como já disse num filme interessante e divertido.

Resta falar do elenco que é muito versátil e diferenciado, indo buscar gente em Game of Thrones (Sean Bean), em Saturday Night Live (Kristen Wiig), em The Newsroom (Jeff Daniels), e para equilíbrio racial, o Michael Peña (que parece ser o único ator latino disponível que tem senso de humor), o sempre autoritário Chiwetel e até mesmo o Soldado invernal (Sebastian Shaw).

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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