Lulu, Nua e Crua (Lulu, Femme Nue)
Não esperem nudez nem ousadias. Este é drama feminino, se não feminista, sobre uma mulher comum
Lulu, Nua e Crua (Lulu, Femme Nue)
França, Islândia, 13. 90 min. Direção de Solveig Anspach. Com Karin Viard, Bouli Lanners, Claude Gensac, Pascal Demolon, Philippe Rebbot, Marie Payen, Solene Rigot.
Chega com atraso esta comédia dramática que serve para recordamos a carreira breve da diretora Solveig Anspach, que saiu da Islândia para trabalhar na França mas morreu de câncer em 7 de agosto deste ano. Fez filmes que não foram lançados comercialmente aqui, entre eles Haut Le Coeurs, 99 com a mesma atriz daqui Karin Viard, que levou o César (era sobre mulher que enfrenta doença!).
Desta vez inspirado em uma graphic novel bem francesa, de Etienne Davedeau (o filme foi indicado ao Cesar de roteiro e atriz coadjuvante, para a bem veterana Claude Gensac, apesar do nome é mulher. Também foi indicada Karin, por este filme e A Família Bélier. Por favor não esperem nudez nem ousadias. Este é drama feminino, se não feminista, sobre uma mulher comum, de meia idade, que sai procurando emprego (além de não conseguir, leva bronca do rapaz que a entrevista que sugere que se vista melhor!). Não de forma muito convincente, ela larga a família, marido e filhos e sai perambulando indo para um lugar na praia,onde vai encontrando novas pessoas. Faz amizade com alguns, tem ate uma transa com um sujeito mais velho e meio malandro. Não estamos no mundo de Thelma e Louise, mas algo bem mais modesto, realista, bem mais triste. Karin Viard é uma atriz especial, por vezes dura e masculinizada. Mas convincente. O filme nem tanto.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.