O Dirio de uma Camareira (Le Journal dune Femme de Chambre)

Nada consegue tornar interessante esta medocre e infeliz adaptao

03/09/2015 14:20 Por Rubens Ewald Filho
O Diário de uma Camareira (Le Journal d´une Femme de Chambre)

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O Diário de uma Camareira (Le Journal d´une Femme de Chambre)

França. 15. 96 min. Direção de Benoit Jacquot. Baseado em livro de Octave Mirbeau. Com Léa Seydoux, Vincent Lindon, Clotilde Mollet, Hervé Pierre, Vincent Lacoste, Melodia Valemberg, Adriana Asti.

O diretor Frances Benoit Jacquot tem a fama de fazer muitos filmes, com rapidez e pouca profundidade, de preferência novas adaptações de obras literárias que já foram antes adaptadas para cinema ou televisão. Raramente faz um filme fora do comum mas também nada muito ruim. Esta obra de Mirbeau (1850-1917) teve uma versão americana chamada Segredos de Alcova (46) com Paulette Goddard, feito pelo celebrado Jean Renoir, com o então marido dela Burgess Meredith, seguida por várias adaptações para TV e uma outra que é a mais memorável, em 64 também chamada Diário de uma Camareira ( um titulo esquisito já que ela não mantém nem escreve um diário), mas vivido pela grande Jeanne Moreau e Michel Piccoli, sob as ordens do genial Luis Buñuel. O resumo dele nada tem a ver com esta versão girando em torno de fetichismo por sapatos, uma esposa frigida, fazendeiro fascista e ainda a morte de uma criança. Ou seja, em tudo e por tudo muito mais interessante que a atual.

Nada a ver com esta colorida, lenta e esquálida versão, em que Léa Seydoux é jovem demais para o papel, não é nada sedutora e passa o filme sem demonstrar maiores emoções. A ação se passada na vira do século 19 para 20 e ela é contratada para servir de empregada para um família do interior que não nada de muito especial, até porque a única presença que seria forte, a do capataz (feito por Vincent Lindon, premiado em Cannes este ano mas por outro filme) é mantida num segundo plano e nunca explicado. Há uma espécie de episódio ou flash-back, em que Celéstine serve com uma velha senhora e leva sem querer o neto tuberculoso à morte mas nem isso consegue tornar interessante esta medíocre e infeliz adaptação.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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