RESENHA CRTICA: Kuma, a Segunda Esposa (Kuma)

O filme tem certa dignidade que justifica sua exibio no Brasil, mesmo que atrasada

06/01/2016 21:34 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Kuma, a Segunda Esposa (Kuma)

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Kuma, a Segunda Esposa (Kuma)

áustria, 2012. 93 min. Direção de Umut Dag. Com Begum Akkaya, Murathan Muslu, Nihal Koldas.

Ganhou alguns prêmios (menção especial do art film festival), melhor desenho de produção no Austrian Film Award (foi indicado ainda como foto, figurino e maquiagem), abriu a mostra Panorama de Berlim, foi premiado em festivais menores (Hamptons, Romy Gala, Leece, Filadelfia, Salerno, Molodist, Skip City). Quem o realizou foi um diretor turco/austríaco que com muita discrição (é visível passar por cima de certos detalhes porque não pode abordá-los como gostaria). Mas tem algumas ousadias (por exemplo um dos personagens se assumir como homossexual) e termina abruptamente sem um verdadeiro final, talvez por a situação simplesmente não tem solução mesmo.

Basicamente é a história de um casamento arranjado entre turcos e curdos. Começa o filme numa pequena vila turca onde uma bela jovem chamada Ayse (Begum) participa da festa de seu casamento com um rapaz que vive na Áustria como imigrante. Aparentemente ela vai casar com Hasan e assim vão para a cidade grande. Mas não é bem o que sucede, ela se torna uma espécie de segunda esposa do pai da filha, que já tem outras cinco filhas. E mãe do noivo, ou seja, mulher do verdadeiro marido, seria uma mulher forte e compreensiva, que controlaria tudo caso não estivesse morrendo de uma doença grave, câncer.

O elenco ate é convincente, o problema é que nada é bem explicado ou resolvido, certamente porque não tem solução mesmo para um caso desses (evito contar outro detalhe da trama, mas de qualquer forma é fácil de supor o que seja). Ainda assim tem certa dignidade que justifica sua exibição no Brasil, mesmo que atrasada.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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