RESENHA CRTICA: Tamo Junto

Ao contrrio de outras com[edias atuais, nada de excessos de chanchada ou grosseria, uma aventura muito carioca, que eu achei divertida e coerente

07/12/2016 22:35 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Tamo Junto

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Tamo Junto filme cartaz poster

Tamo Junto

Brasil, 16. Direção e roteiro de Matheus Souza. Com Leandro Soares, Sophie Charlotte, Matheus Souza, Fernanda Souza, Fabio Porchat, Rafael Queiroga, Alice Wegman, Antonio Pedro Tabet.

Há uma série de comédias no mercado procurando aproveitar as férias e o momento natalino e fica difícil escolher. Algumas são horrendas e uma delas já ganhou o titulo de pior do ano (recusei-me a comentá-la). Este já é outro padrão, concorreu em Gramado e foi muito bem recebido e o mesmo já tinha acontecido com o filme anterior do diretor Matheus Souza no mesmo festival, Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Estou Fazendo com Minha Vida (12), e antes disso já era muito simpático e autoral seu filme de estreia, ainda quando estudante, Apenas o Fim (08), em que revelou Gregorio Duvivier, Erika Mader e Marcelo Adnet. Um filme muito simples sobre uma garota que resolveu deixar o namorado, mas antes disso resolve lhe dar uma hora para conversarem. Esperto e pessoal, o filme foi bem recebido e deu ao diretor/autor uma fama de jovem Woody Allen brasileiro, menos neurótico (ele nasceu em Brasília mas mora no Rio). Mas também lhe criou um problema já que todo mundo sempre gosta mais de um filme de estreia. Dali em diante é fácil falar mal e difícil para o criador se fixar num estilo ou visão artística ou simplesmente ser engraçado... Lembrem-se de que com Allen ainda hoje se queixam, ah eu gostava mais dos primeiros filmes dele, mais engraçados...

Pois é, essa a maldição do diretor que tem obra pessoal e se atreve ainda a querer rir de tudo. Ou fazer rir. Eu que gosto e admiro o gênero, compreendo sua dificuldade, continuo fiel a sua autoria. Ele resume o filme assim: rapaz termina um intenso relacionamento e se vê solteiro pela primeira vez em muito tempo. Livre, leve e solto, ele planeja cair na gandaia e recuperar os anos perdidos, mas logo descobre que o novo estado civil não é tão divertido quanto ele idealizava. Matheus faz o personagem do amigo mais discreto enquanto Leandro fica mais com o Jerry Lewis da dupla, embora o espectador comum irá se interessar mais pela mocinha da história, bem brasileira, se não carioca (mesmo nascida na Alemanha), e que parece ser a jovem atriz mais interessante do momento, no caso Sophie Charlotte.

Ao contrário de outras comédias atuais, nada de excessos de chanchada ou grosseria, uma aventura muito carioca, que eu achei divertida e coerente. Vi alguns críticos que gostam do autor tentando desculpá-lo fazendo uma lista das comédias que o influenciaram. Sim, ele e o mundo inteiro. Imitar outros é tão difícil quando Matheus continuar fiel a si mesmo e sempre engraçado. Rir, ou melhor dizendo, “fazer rir” é sempre a mais difícil das artes.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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